Vivências para APLAINAR O CORAÇÃO

Vivências para aplainar o coração são feitas de histórias que comovem.

Primeiro, para não desgostar o pai viúvo, que se encontrava adoentado,  foi para o Estado de origem e ficou com ele. Idoso não gosta de sair de seu canto. Ao piorar, no entanto, decidiu vir com ela para Jundiaí.

A moça mora em área de interesse social. Conseguiu ali construir uma pequena moradia – primeiro de madeira e depois de alvenaria -, onde criou os filhos e, hoje, olha também os netos.

Com o avanço da doença dele, a filha precisou deixar a maioria das faxinas. Internado, ela ficava ao lado. Em casa, os cuidados eram muitos e, quando um neto podia ficar com ele, lá ia ela para a reunião da pastoral.

Semana passada, aos 87 anos, faleceu. Embora convivesse com os limites paternos, em momento algum considerava que desse trabalho e jamais aventou a possibilidade de colocá-lo em algum lar para idosos. Comunicou-me em carne viva a partida do pai. Tinham-no sobre o pedestal da luta e zelo para criar os filhos.

Ligaram para que levasse as roupas ao hospital. Recordou-se de que ele falava que o arrumassem com esmero ao morrer, pois desejava se apresentar bem ao Senhor.Na véspera, ela fora retirar a aposentadoria dele.

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Não havia pago conta alguma e nem adquirira remédios ou alimentos com a aposentadoria do pai. Foi a uma loja e comprou terno, camisa, meia, gravata e cueca. Levou para que o vestissem com o novo.

No velório, havia claridade em suas lágrimas doloridas. Realizara o sonho do pai. Ele se apresentaria bonito no abraço com Deus.

A farmácia, o mercadinho e outras contas encontrará uma forma de, posteriormente, acertar.

Que postura mais linda em um mundo que exclui idosos ou os suga! É a santidade dos pobres.


MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

 


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