Arnaldo Passarin: empresário de Jundiaí faz sucesso no RS

Há quase seis décadas, Arnaldo Passarin, 86 anos, nascido no bairro da Água Fria, em Jundiaí, foi ao Rio Grande do Sul em busca de uvas que seriam usadas na produção de vinhos. Apenas tendo cursado o primário, ele se mudou para aquele Estado e se tornou um grande empresário. Fundou e presidiu várias entidades e no ano passado inaugurou Cave do Sol, complexo enoturístico situado no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. O Jundiaí Agora entrevistou Arnaldo Passarin:

Quais as suas origens em Jundiaí?

Nasci no bairro da Água Fria. Meus avós vieram da Itália e se estabeleceram em Jundiaí no bairro do Caxambu.

Chegou a trabalhar na cidade? Teve negócios por aqui?

Quando jovem, fazia entregas de caminhão, de Jundiaí para São Paulo. Não tenho negócios em Jundiaí.

Ainda tem família em Jundiaí?

Sim, tenho irmãos. Costumo visitar uma vez a cada três anos aproximadamente.

Quando vem, qual a percepção que tem da cidade?

Jundiaí cresceu muito, é uma cidade industrial atualmente. Quando era criança, a cidade era pequena e o rio Jundiaí era repleto de bagres jundiás, o que deram origem ao nome da cidade.

Jundiaí está investindo muito no turismo rural. Acredita no potencial da cidade neste segmento?

Acredito que com bastante trabalho terá um turismo rural de bom porte.

Aliás, o que mais gosta em Jundiaí?

Primeiramente gosto da minha família, Mas também gosto do aspecto interiorano e por estar perto de grandes cidades. É uma cidade que eu com certeza moraria. Tem semelhanças com o sul…

Quais as semelhanças com o Rio Grande do Sul?

A maioria das pessoas tem origem italiana. O povo é parecido. Aqui no Rio Grande ainda falam do dialeto do Vêneto, coisa que se perdeu em Jundiaí.

Quando e por que decidiu se mudar?

Quando tinha 20 anos de idade, minha família trabalhava com pequena produção de vinhos. Na época a produção foi transformada de uvas de vinho para uvas de mesa. Fomos levados a procurar uvas no Rio Grande do Sul para continuar a produção da bebida. Como era o mais jovem da família, fui designado para ir para o Rio Grande em busca de matéria-prima para a produção de vinhos e por aqui fiquei a partir dos anos 60.

A adaptação foi fácil?

A adaptação não foi muito fácil pois a comunicação era muito demorada e o clima era muto frio.

Como foi recebido? De braços abertos ou houve alguma resistência ao ‘forasteiro’?

Houve resistência e desconfiança no início. Eu era de fora. Ao fazer compras, os produtores achavam que poderiam perder o dinheiro da safra. Para quebrar essa resistência fui me entrosando com os familiares dos produtores de uva, criando uma amizade que dura até os dias atuais, inclusive com os descendentes. Mais tarde fundei a Associação Gaúcha dos Vinicultores, entidade que funciona até os dias atuais. Há alguns anos, fui agraciado com o título de cidadão Florense, da cidade de Flores da Cunha, onde resido.

Como os gaúchos veem a ‘Terra da Uva’, Jundiaí?

Jundiaí é chamada ‘Terra da Uva’ pois até os dias atuais existe produção da fruta, principalmente de mesa. A cidade de Jundiaí, também fazendo a Festa da Uva, ficou conhecida nacionalmente.

Neste anos de convivência, adquiriu o sotaque deles?

Com todos esses anos de convivência, sim, adquiri um pouco do sotaque gaúcho, inclusive conversando com alguns “bah tchê”(risos).

Quais as entidades que o senhor preside ou presidiu aí? Quais os objetivos delas? Abrangem todo o país?

Fundei e presidi por diversos anos a Associação Gaúcha de Vinicultores. Como sempre fui defensor da uva e do vinho, fui presidente do Instituto Brasileiro do Vinho, por dois mandatos; também idealizei a Associação Brasileira dos Elaboradores de Suco de Uva Puro, da qual sou presidente atualmente. Fui presidente da Câmara Setorial da Cadeia Viticultura, Vinhos e Derivados, do Ministério da Agricultura, por quatro anos. A Câmara não é uma entidade. Mas tem grande importância.

Arnaldo Passarin, no ano passado o senhor inaugurou uma empreendimento de enoturismo no Vale dos Vinhedo. Poderia falar sobre este negócio?

Há 23 anos decidi comprar um terreno no vale dos Vinhedos, Bento Gonçalves. Naquela um polo enoturístico estava começando a ganhar forma. No ano passado, em setembro, inaugurei a Cave do Sol(foto abaixo), complexo de enoturismo, no Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves, que também se tornou uma referência para o setor.

Novos empreendimentos a caminho?

Por hora só sonhos e ideias. Os sonhos vão se realizando, um a um, por isso, atualmente, na Cave do Sol produzimos suco de uva puro, certificado, sem adição de conservantes e nem qualquer aditivo ou água. Essa denominação de ‘puro’, se deve à uma certificação de qualidade e procedência. Temos, inclusive. autorizado o uso do selo de pureza e garantia de qualidade, pelo Ministério da Agricultura. O suco será exportado para todo o mundo, pois é um produto diferenciado. Não existe igual. Na Cave do Sol, iremos caminhar para seguir essa tendencia de exportação.

Acha que um empreendimento nestes moldes ‘caberia’ em Jundiaí?

Se for bem trabalhado, sim com certeza, tem potencial para empreendimentos nestes moldes.

Já pensou em investir em Jundiaí, Arnaldo Passarin?

Não penso em investir em Jundiaí, pois estou radicado no Rio Grande do Sul. Acredito no potencial dos vinicultores de Jundiaí, para que eles sim possam investir na cidade, fazendo bons empreendimentos.(Foto: Cave do Sol: famintas.com.br)

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