Só o BÁSICO. Nada mais do que o básico…

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16 de junho de 2019

Estou com minha paciência bem curta, em virtude de tanto fala-fala da semana. Falta o básico. Nada mais do que o básico. Vimos um momento pior do que o outro e muita coisa jogada no ar, sem explicar a que veio mas com endereço de finalização, o que é pior. Por isso, semana passada, disse que havia uma nuvem, que os insensatos pensaram ser uma nuvem no céu, um temporal. Não!!! É uma nuvem de informações, para que não possamos pensar na situação que nos atropela e nos derruba.

Falei de uma nuvem que toma nosso tempo e nosso olhar (e raciocínio, quando existe) de modo a nos impedir de perceber que estamos sendo iludimos, ludibriados, enganados, tripudiados. Mas meus leitores leem e ficam sonhando…nuvem…nuvem…nuvem…que nuvem é essa que ele fala? Oh, Deus…será uma nuvem de chuva? Sim, será uma nuvem de chuva que se abaterá sobre todos nós e nos manterá na ignorância e sofrimento por mais longos anos.

Estamos perdendo nosso tempo com coisas banais e, junto com isso, perdemos o foco. Os enganos e trapaças estão em andamento e continuamos a brigar na Batalha Insana, de direita versus esquerda….a coisa é muito pior. Já disse mais de cinco vezes, em minhas crônicas: estamos vivendo num puteiro sem virgens. E estamos sendo enganados por todos. Nenhuma destas reformas (e nem se não reformarmos nada) trará solução para o atoleiro em que estamos metidos.

O show de horror que Lula e seus seguidores construíram com nosso consentimento não nos dá chances de respirar seguros, nem daqui 30 anos. Fomos muito roubados e arrancaram nossa autoestima com promessas não cumpridas, mas fantasiadas de avanços sociais: casa própria, educação para todos, segurança e saúde. Onde? Onde estão estes avanços sociais, se apenas descobrimos furos, roubos e achaques? Quem se beneficiou com isso, além dos próprios idealizadores?

Daí vem a direita com seu cunho salvacionista: vamos propor mudanças e em três ou quatro meses estaremos bem. E reforma trabalho, e reforma saúde, e reforma previdência, e reforma segurança, e reforma educação, e reforma e reforma e reforma. E não reforma coisa nenhuma. Como vemos, é o surdo falando do mudo. O cego falando do aleijado. Repito: já disse mais de cinco vezes, em minhas crônicas: estamos vivendo num puteiro sem virgens. E estamos sendo enganados por todos.

Num país em que todos são preocupados com a Educação, que todos entendem que professor é profissão e não família, por que será que toda perua de transporte de escolar é dirigida por tios? É tio Luis, Tio Pedro, Tio Cláudio, Tia Maria, Tia Linda, Tia Meire. Por quê? Se não for tio os pais não se sentirão seguros? Ou sendo tios eles representam uma parte da família e podem substituir os pais que sempre têm que trabalhar e ir ao shopping, ao pedicuro, à ioga, ao pilates e ao médico e o transporte do próprio filho pode ser feito pelos tios da van?

Comentei com um amigo, dia destes, que isto me instigava e intrigava, visto que nunca fui muito adepto desta familiaridade sem propósito, a menos que haja algo oculto neste fato. E o algo oculto só pode ser a ocupação de quem de direito deveria assumir a responsabilidade. Lógico que entendo o fato dos pais trabalharem fora, terem seus dias ocupados, mas precisa ser o Tio Fulano a dirigir esta van? Não serve apenas o Fulano?

É bobagem? Pensem bem na ampliação do cerco afetivo que abrimos e reflitam nas relações interpessoais que damos licenciosidade de avançar sobre nossa casa. Mas deixo um caso para refletir. Apenas repetir

Concordo que a moça é um tanto quanto mentirosa, que acha inimigos em todo canto, que atropela ideias e ações sem pestanejar, que toma atitudes descontroladas. Que embarca num voo para Paris, com direito a hotel, hospedagem e volta, para fazer sexo com desconhecido, que mascara uma agressão e inventa outras, que transforma o ex-marido em famosa da vez, enfim, concordo com tudo isso.

Mas, e o promotor de toda esta bagaça? Ele é são? O cara conhece uma mulher maluca pela rede social e paga tudo para ele cruzar o mundo. É sanidade? Um conhecido disse que ele fez isso porque é homem, mas homem é tão babaca assim? Sem noção e sem critério? Remete-me a pensar nos cachorros no cio. Um animal no cio ultrapassa cercas de arames farpados, cruza estradas movimentadas, chega a pular muros altos, conforme a medicina veterinária pode nos informar. Mas o homem é este animal?

E se for, é este tipo de homem que queremos de capitão, a nos representar em jogos internacionais? Pois é, agora a história está na fase do “poste mijar no cachorro”, pois todo mundo que era contato da moça toma a posição de vítima dela e faz um boletim de ocorrência contra ela, assim do nada. Num surpreendente passe de mágica. Se penso que ela é inocente? Já disse mais de cinco vezes, em minhas crônicas: estamos vivendo num puteiro sem virgens. E estamos sendo enganados por todos.

Como também sei que o dinheiro pode comprar tudo neste país. Na República das Bananas, fica fácil eu pagar para seo João dizer que Mário cuspiu em Joaquim. Porém, sem criar fatos novos na teoria das conspirações, mesmo sabendo que o assunto começa a esfriar e que logo nosso principezinho velho vai planejar um ato de caridade bombástico para comover seus fãs, acredito que vale a pena conhecermos os próximos lances.

Continuo a não entender os movimentos sociais reivindicatórios. Sexta-feira, dia de paralisação geral do país, em que iria se clamar pelos cortes de verbas educacionais e pela previdência, o que se viu foi uma avalanche de protesto, com cenas dignas de vandalismo (fogo em pneus, barricadas, quebradeiras) proporcionada por grupos que variavam de 50 a 300 manifestantes, em sua maioria vestidos com camisetas de sindicatos, bradando gritos e frases de efeitos, pró-educação e pró-previdência: Lula Livre.

Não entendi. Não consigo perceber como se pode misturar coisas que são diferentes e opostas e como se pode ser tão dissimulado ao ponto de atrair o povo para as ruas e oferecer um show de horror, para o qual o povo estava arredio. Não. Não tivemos dia de paralisação, porque quem esteve nas passeatas já está parado. As instituições não sofreram desgaste, porque funcionaram e atenderam os demais membros da sociedade, que não se iludira pelo canto da sereia.

Aliás, esta sereia já não encanta faz tempos e não atrai a muitos, mais lúcidos, que percebem o fosso que nos foi deixado. Entretanto, isso não nos possibilita dizer que outras entidades míticas sejam mais realistas ou mais idôneas que as antigas encantadoras de marujos. Já disse mais de cinco vezes, em minhas crônicas: estamos vivendo num puteiro sem virgens. E estamos sendo enganados por todos. Mas que fica chato demais os encamisetados dos sindicatos saírem com bandeiras vermelhas a cada movimento social fica. E muitas famílias precisando de diaristas e de jardineiros e de porteiros e de zeladores e de….a diferença é que estas famílias pagam pelo serviço e não oferecem o pão com mortadela nem o copo de café com leite.

Desculpem a agressão, mas está cansando o não querer ver de muitos. Nem para um lado, nem para o outro, mas vamos deixar o país crescer? Estamos no fundo do poço e nossa união, como cidadão, seria útil. No entanto estamos lutando em propostas opostas e afundando mais o pouco que temos. Está difícil.

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Estamos vendo que, desde 2010-2012 temos um aumento de ataques destrutivos a igrejas, capelas e locais de cultos, que não sejam de natureza católica ou evangélica. Atualmente, nos últimos meses, a coisa piorou, com destruição e ofensas a templos umbandistas e candomblecistas; os destruidores se denominam evangélicos e se auto-intitulam perseguidores do demônio.

Em comum, tem que também se apresentam como traficantes liderando facção de “aviõezinhos” que atuam destruindo o mal e propagando o bem, que eles podem proporcionar por meio do tráfico de drogas. Mas, de quem mal estamos falando e de que bem estamos pensando? Quem é o mal e quem é o bem? Quem faz mal para quem e quem faz mal para quem?

O neoconvertido, com olhares enviesados e incultos entende ser o braço direito de Deus, mesmo mantendo seus hábitos antigos de lidar com drogas. E, por ser de Deus, sente-se no direito de destruir tudo aquilo que não seja semelhante a ele. O umbandista ou candomblecista, por sua vez, mantém sua vida na rotina de seus terreiros e de seus atendimentos, sem falsas promessas de pedaço do céu ou paraíso para seus seguidores, mas uma vida em que o sincretismo religioso pode ofertar desde que pretendida.

A ignorância cultural tem sido tamanha, que já se ouve falar em matar e destruir tudo quanto for prática espiritualista, porque facções entendem ser uma faxina étnica-social. O que dizem as autoridades sobre isso? O que fazem as forças de proteção ao cidadão, diante de tamanha ignorância e barbárie? E nós, membros da sociedade, participantes de movimentos sociais, como podemos intervir num quadro de tamanha selvageria? Ou nós só podemos ficar vendo e nos barbarizando? Então, neste caso também vale a máxima: já disse mais de cinco vezes, em minhas crônicas: estamos vivendo num puteiro sem virgens. E estamos sendo enganados por todos.

A omissão social é culpada, sim, por muitos destes atos bárbaros, realizados por pessoas sem visibilidade e sem crédito num círculo social melhor aparelhado. Calar-se e assistir é ser coadjuvante neste quadro de terror. Vale uma excelente reflexão, pensar nos terreiros de umbanda e candomblé destruídos, nas ameaças feitas aos pais de santos e seguidores da religião e no silêncio do povo.(Foto: gustavoflauzino.wordpress.com)

Afonso Antonio Machado é docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.