Um Brasil para os BRASILEIROS

Sem querer fazer propaganda da Globo, em sua campanha “O Brasil que eu quero”, vale dizer que são muitas as propostas que ali aparecem, mas uma das mais importantes e que mexe com quase toda a população, é a recente pesquisa feita pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – cujo resultado mostra falta trabalho para mais de 27 milhões de brasileiros  e que o número de pessoas que desistiram de procurar emprego – perto de cinco milhões de desempregados – é recorde no país.

Faltando menos de 60 dias para as eleições presidenciais é fundamental que os candidatos elaborem projetos consistentes neste sentido, caso contrário o eleito não terá sucesso em sua missão de governar bem este país. Apesar de alguns setores da economia mostrar recuperação, o Governo insiste em culpar a greve dos caminhoneiros – iniciada no final de maio e só encerrada no mês seguinte – responsável pela inflação mais alta em julho.

Diante deste quadro de culpar terceiros pela sua falta de programas objetivos o Governo depara com um problema maior: a produção industrial não consegue voltar aos números de 2017. Claro que maio, o mês das greves, tal produção caiu por conta do período parado, mas não há geração de empregos novos no Brasil, não há perspectiva deste quadro se modificar nos próximos meses.

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Assim, “O Brasil que eu quero” da Globo tem mostrado muito mais corrupção, corrupção e corrupção do que educação, saúde e geração de empregos. O grande detalhe é que o telespectador fica conhecendo um número cada vez maior de cidades que a maioria não sabia de suas existências. Apenas este é o fato curioso. Os problemas ali mostrados são de conhecimento de todos, mas é preciso que os candidatos busquem soluções, principalmente para o emprego. Afinal, emprego é dinheiro, dinheiro é comida na mesa, é melhoria da qualidade de vida, é aumento de consumo, mais escolas e menos presídios.

O quadro do Brasil, enfim, é conhecido de todos, mas se os candidatos não “botarem” a mão na massa e criarem situações que apontem soluções para o desemprego, vamos continuar no “Brasil que eu sonho” não no “Brasil que eu quero”. (Foto: stip.org.br)


NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com