Assim que terminou a faculdade, a jundiaiense Carla Candiotto, de 55 anos, foi morar na Europa. Em Paris teve a iniciação teatral. Passou por Londres, Roma e voltou para o Brasil, onde atua em cinema, televisão e teatro. Depois deste giro, retornou a Jundiaí para comanda a Cia. de Teatro de Jundiaí. O Jundiaí Agora entrevistou a atriz que é casada e tem um filho de 15 anos:

De qual bairro você é? Onde estudou? Trabalhou aqui?

Morei na rua Mario Borin, 170, na Chácara Urbana. Estudei no Instituto de Educação, hoje Bispo Dom Gabriel Paulino Bueno Couto. Não cheguei a trabalhar em Jundiaí. Fiz faculdade em Campinas. Quando acabei fui morar na Inglaterra. Voltei para o Brasil depois de 10 anos. Fui morar em São Paulo.

Como a cidade a influenciou artisticamente? Quando surgiu a vontade de ser atriz?

Acho que foram as pessoas dessa cidade como minha tia-avó Fernanda Milani, os amigos de meus pais dentre eles Inos Corradin, minha professora de artes escola onde eu estudava. Lembro que fizemos um festival de teatro e eu me apresentei cantando músicas do Ney Matogrosso. Enfim lembro de meus tios italianos que numa temporada vieram nos visitar. Eram músicos e cantavam e eu adorava ouvi-los.

Vem com frequência a Jundiaí? Tem família aqui?

Sim! Tenho família aqui…

Como a cidade a influenciou artisticamente? Quando surgiu a vontade de ser atriz?

Acho que foram as pessoas da cidade como minha tia-avó Fernanda Milani, os amigos de meus pais dentre eles Inos Corradin, minha professora de artes escola onde eu estudava. Lembro que fizemos um festival de teatro e eu me apresentei cantando músicas do Ney Matogrosso. Lembro também dos meus tios italianos que vieram nos visitar. Eram músicos e cantavam e eu adorava ouvi-los.

Como vê a cultura local. Está bem para uma cidade do tamanho de Jundiaí ou poderia ser melhor?

Quando se fala em cultura, para mim, nunca é suficiente. Desde 2018 trabalho em Jundiaí, a convite do gestor cultural Marcelo Perroni e Wagner Nacarato (diretor do Teatro Polytheama e Glória Rocha). Sou diretora da Cia de Teatro de Jundiaí. Uma companhia estável que a cidade tem, e diga-se de passagem, uma cidade que tem uma cia de teatro, uma cia de Dança, uma orquestra, coral, é sem duvida um privilégio, são corpos estáveis a serviço da cidade. Acho que são poucas as cidades que tem um projeto como este. Acho cultura é uma das armas mais importantes para se formar um cidadão e Jundiaí faz um trabalho digno para que isso aconteça. Faço espetáculos com a Cia de Teatro não apenas para me apresentar no Teatro Polytheama mas atendemos muitas escolas publicas, muitas crianças assistiram aos nossos espetáculos. Mais de sete mil crianças viram “Robin Hood” o “Ninho” e agora estamos criando “Artemísia” (a história de uma pintora que conseguiu ser reconhecida há muito, muito tempo atrás). Tenho muito orgulho deste trabalho que faço em Jundiaí, ao mesmo tempo dirijo espetáculos em São Paulo e mantenho minha cia de teatro Le Plat du Jour também sempre fazendo projetos com outros produtores. Eu amo o que faço, então, nem sinto que trabalho tanto.

Carla na peça O Poço, da Cia Le Plat du Jour; direção Sandro Borelli. Foto João Caldas

Você é reconhecida em Jundiaí como uma artista importante, que atua em diversas áreas?

Não tenho ideia se sou reconhecida aqui ou ali. Faço meu trabalho simplesmente porque eu amo minha profissão. Passo meu tempo pensando em cenas, em espetáculos, em ideias. É assim que me alimento, que alimento minhas vontades, meus sonhos.

Por que sua iniciação teatral foi em Paris?

Quando morava em Londres ia aos espetáculos. Nos programas das peças tinha os currículos dos atores e atrizes, as informações sobre onde estudaram ou com quem. Quando eu gostava de algum artista procurava a escola que tinha feito e depois ia me informar para poder também fazer a mesma. Foi assim que estudei muito e fiz os cursos que fiz. Sou curiosa e ainda faço cursos, ainda estudo muito. Se quiserem saber quais foram as escolas que fiz, entrem no meu site(www.carlacandiotto.com). Lá tem os nomes dos meus professores. Se alguém tiver alguma dúvida é só me procurar que eu ajudo a achar a escola. Foi assim que eu fiz também. As pessoas me ajudaram muito. Eu liguei para Denise Stocklos e perguntei onde ela tinha estudado mímica. Ela me contou e foi lá que eu fiz meu curso com Desmond Jones. Sou grata a ela até hoje.

Você também passou por Londres e Itália. Como foram estas experiências?

Experiências maravilhosas. Comédia Dellarte, na Itália, Teatro Fisico na Inglaterra, importantes influências para minha linguagem teatral, enfim aprendi muito e trabalhei muito também.

Peter Pan e Wendy: adaptação da Cia Le Plat du Jour, direção Pedro Pires. Foto João Caldas

Quando e por que decidiu voltar?

Fiquei 10 anos na Europa. Tem uma hora que você acaba voltando. Senão eu iria fazer minha vida lá. Amo minha família e achei que estava na hora de voltar.

No Brasil as coisas são mais difíceis para um ator mesmo com passagens pela França, Inglaterra e Itália?

No Brasil as coisas são mais difíceis, um lugar que não apoia a cultura o suficiente como deveria, fica mais triste de se viver. Quando você vive em outro país onde você vê os benefícios de uma boa educação, cultura na formação dos cidadãos, você sente muita diferença. No caso eu trabalhei em escolas públicas fiz muitos anos espetáculos para alunos ingleses, franceses e o respeito, a admiração pela minha profissão era bem diferente.

Qual foi seu primeiro trabalho no teatro?

Tenho carinho por todos, todos os meus trabalhos. É como ter filhos, não existe um que você goste mais.

Qual foi o seu primeiro trabalho na TV?

Fiz alguns trabalhos na tv e cinema, fui convidada pelo Rafinha Bastos para fazer o programa de comedia SNL (Saturday Nigth Live/vídeo abaixo) Trabalhamos durante um ano e quando o programa acabou, voltei para o teatro.

Fez novela?

Ainda não fiz novela. Não acho que tenho muita afinidade com essa linguagem, mas nunca digo não para trabalho.

Qual foi seu primeiro trabalho no cinema?

“Bens Confiscados”, do diretor Carlos Reichenbach.

Quando decidiu também ser autora, diretora e produtora?

Não acho que você decide essas coisas. Aos poucos os trabalhos vão acontecendo e quando você vê, já está fazendo a direção, produção, escrevendo…

Il Viaggio, de Frederico Fellini, direção Pedro Granato. Foto João Caldas

Quais os artistas com quem trabalhou e são inesquecíveis?

Todos são inesquecíveis. Cada ator, cada atriz contribui sempre. A diferença faz a qualidade do trabalho. Todos tem seu valor, todos são importantes.

Quantos prêmios já recebeu? Qual o mais importante na sua opinião?

Todos os prêmios são importantes. Ao longo de minha carreira recebi vários prêmios, dentre eles cinco APCA e oito Prêmio São Paulo de Teatro Infantil e Jovem (antigo Coca-Cola Femsa) e o Prêmio Governador do Estado para a Cultura 2015, na categoria Arte para Crianças.

O que está fazendo atualmente?

Adaptando “Momo e o Senhor do Tempo” de Michael Ende com atores de São Paulo. Este projeto recebeu o prêmio Zé Renato. Também estou criando o espetáculo “Artemisia” com a Cia de Teatro de Jundiaí para apresentar nas escolas públicas da cidade, além de reestreando “Aladdin”, no Teatro Procópio Ferreira.

Circo Zani, direção Domingos Montagner, com Cláudio Carneiro. Foto João Caldas

Muitos outros projetos?

Além dos que acabei de citar, mais uns 20 na gaveta que vão aos poucos se transformando em realidade. (Foto principal Salvador Cordaro: ‘Vilcabamba’, de Alexandra Golik, direção Gabriel Chamé)

VEJA TAMBÉM

SAIBA O QUE PODE CAUSA CANDIDÍASE NESTE VERÃO. CLIQUE AQUI E ASSISTA AO VÍDEO

NA FISK DA VILA VIRGÍNIA, NA RUA DO RETIRO, PARCERIA ESPECIAL COM A CDL

VEJA COMO FOI A 103ª FORMATURA DA ESCOLA PROFESSOR LUIZ ROSA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES

PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI