COISAS do coração

COISAS DO CORAÇÃO

Acabo de ler “Kafka e a Boneca Viajante” de Jordi Sierra i Fabra. Um ano antes de morrer, o escritor alemão Kafka(1883-1924) viveu uma grande experiência de pulsar do coração. Em passeio pelo parque de Steglitz em Berlim, comoveu-se com uma menina, Elsi, que chorava pela perda de sua boneca, Brígida. Para assoprar as dores dela, inventou uma história de que a boneca viajara. A partir disso, intitulou-se “carteiro de bonecas” e, durante três semanas, entregou-lhe as cartas de Brígida contando sobre suas aventuras.

As cartas a Elsi não foram encontradas, mas Dora Dymant, companheira do escritor na época, contou esse acontecimento que Jordi Sierra i Fabra recriou em seu livro.

Lindo demais esse episódio da vida de um intelectual, um escritor complexo que não se perdeu da valorização da inocência e se dedicou a escrever cartas de uma boneca para sua dona. Para ele, salvar aquela menina da angústia era salvar o mundo. Não queria que ela crescesse magoada por ter perdido sua boneca.

Remeti-me para os carteiros de Deus Amor. Santa Teresa D’Ávila aconselhava sobre como viver a caridade: o amor das obras nas coisas pequenas e nos fatos concretos; a capacidade de identificação com as pessoas e de misericórdia para com elas e o saber alegrar-se pelas vitórias alheias, renunciando aos próprios gostos.

Carteiros de Deus. Repito a oração da Novena de Pentecostes, no quarto dia, dos Frades Carmelitas Descalços: “Convertei nosso coração de pedra, retirai de nós toda insensibilidade às dores dos outros e a todos os sofrimentos, quebrai em nós nosso coração duro, empoderado pela mágoa, endurecido pelo orgulho, pela vaidade, pelo ciúme, pela inveja…

Recordo-me também da colocação do Padre Júlio Lancelotti sobre um menino, soropositivo, falecido com 11 anos, que ele levara à igreja. O menino viu a imagem em que Jesus estava mostrando o coração e lhe perguntou: “Por que o coração de Jesus está para fora?” Padre Júlio respondeu: “Porque Ele ama muito. Quando a gente ama muito é isso que acontece.” Aí ele completou: “E dói”.

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MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

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