Viciados “com fome” trocam COMIDA por drogas

COMIDA

Você já deixou de doar dinheiro a um pedinte com o receio de que o valor fosse usado para comprar drogas ou bebidas? Por outro lado, já doou comida, sentindo que ajudou a matar a fome dos mais necessitados? Saiba que, pelo menos em Jundiaí, o alimento virou maneira de manter o vício de alguns desocupados.

A expertise (experiência, especialização) daqueles que passam o dia pensando em como conseguir a próxima dose levou a um esquema simples, mas rentável – pelo menos àqueles que vinham encontrando dificuldade em ganhar dinheiro em espécie esmolando em semáforos ou em frente de comércios.

Com ele, 10 pedras de crack – pouco mais ou pouco menos – podem ser conseguidas sem muito esforço em um prazo de poucas horas. Além disso, o doador vai embora com a sensação de que contribuiu para encher um pouco a barriga daquele que, pelas circunstâncias, deve passar fome.

O esquema foi comprovado pela reportagem. Nele, o pedinte alega não querer dinheiro, mas sim um lanche. No entanto, ao receber o alimento, este é vendido a funcionários de comércios próximos ou em um bairro de classe baixa da cidade.

Clientes do McDonald’s da avenida Luiz Latorre são os principais alvos dos viciados em drogas, que recebem os lanches e correm para vendê-los no Jardim Fepasa ou a funcionários de outros estabelecimentos nas redondezas.

No bairro, o preço é único, R$ 5, e são oferecidos a moradores e mesmo para integrantes de pontos de tráfico, segundo confidenciou um residente local que pediu para não ser identificado.

“Muita gente no bairro já se acostumou a comprar os lanches do McDonald’s. Os nóias (viciados) passam na rua oferecendo por R$ 5 e sempre tem alguém que compra, principalmente os meninos da ‘biqueira’”, disse.

O morador contou que os viciados não abrem as embalagens e correm para vender o lanche ainda quentinho. Com o dinheiro, adquirem entorpecentes, consomem no bairro e voltam ao McDonalds para fazer tudo de novo.

Informado pela reportagem sobre o esquema para conseguir drogas, um cliente do famoso restaurante especializado em fast-food se disse impressionado com a inventividade desses desocupados. “Eu não dou dinheiro, mas já dei lanches. Várias vezes. Nunca imaginei que eles (viciados) fossem trocar por drogas. É impressionante como bolam essas maracutaias”, desabafou.

Já um funcionário da unidade da Luiz Latorre, que também não será identificado, informou que o restaurante tem seguranças para evitar a abordagem aos clientes. Contudo, salientou que os pedintes ficam na calçada, fora do estabelecimento, fato que, legalmente, inviabiliza a expulsão de tais pessoas.

Ele também comentou que a própria Guarda Municipal nada pode fazer neste sentido e que, por diversas vezes, os próprios clientes, sensibilizados com os pedintes, reclamam da atuação dos seguranças, preferindo doar os alimentos.(Geraldo Dias Netto/Foto www.portaldarmc.com.br)

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