Vivências de costuras de DEUS

Vivências de costuras de Deus… Jamais ouvira uma colocação semelhante. Conversava com a Madre Maria Madalena do Carmelo São José sobre uma situação de reencontro, após mais de 10 anos e que, há tempo, rezo, todos os dias, pela fé, felicidade e reconciliação com as pessoas com quem tive divergências, por culpa minha ou não. Ela, no caso citado, me respondeu: “Deus foi costurando o que o demônio e o pecado “rasgaram” nesses anos todos”. Achei tão forte e, desde aquele dia, reflito sobre esse raciocínio da Madre querida.

Bem isso, quanta coisa que o mal rasga por falta de diálogo, de mansidão, de humildade… E as mágoas? Quando se agigantam, envenenam, aos poucos ou, de imediato, por dentro.  E o vitimismo? Há pouco tempo, o Padre Jean-Marie Laurier do Instituto Nossa Senhora da Vida, em encontro com a Pastoral da Mulher, falava sobre a sensibilidade extrema que leva ao vitimismo, a um apego exacerbado do “eu” e que se vence essa sensibilidade negativa ao usá-la em relação ao próximo. A falta de diálogo, que agiganta os ressentimentos, nasce do julgar, do se achar superior, incapaz dos mesmos erros… Ah, como a Palavra de Deus vem me convidando, ao longo do tempo, a viver na coerência! Como sou convidada a julgar menos e a amar mais. Por conhecer meus limites, o Senhor me mostra aquilo que sou aos poucos.

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Perdoar-se, perdoar, aceitar ser perdoada e rezar por aqueles que têm dificuldade em recompor um relacionamento, me oferece liberdade interior. Mesmo que não se recupere a concórdia, o coração fica liberto, abre mão de pesos inúteis e se encontra pronto para um abraço que cure o passado.

Fez-me um bem imenso a consciência de que Deus costura o que o demônio rasgou, porque Deus é misericórdia, porque Deus é muito maior do que o mal, porque Deus é o Senhor da verdadeira paz. (foto: www.pt.gde-fon.com/)


MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de vulnerabilidade social. Acesse o Facebook de Cristina Castilho.