Débora Prado: Vitória traz sensação de liberdade aos moradores de Jarinu

débora prado

Funcionária pública, psicóloga, 40 anos, Débora Prado foi eleita prefeita de Jarinu nas últimas eleições com 9.595 votos(56,06%). Eliane Lorencini, que administrou a cidade nos últimos quatro anos teve 5.806 votos(33,92%) e ficou em segundo lugar. Casada, mãe de Rebeca, 5 anos, e Benjamin, 2, Débora nasceu em Jarinu e esta foi a terceira vez que concorreu ao Executivo. Foi vereadora entre 2009 e 2012. Ela acredita que a vitória no pleito de 15 de novembro deu a sensação de liberdade e resgate da autoestima do jarinuense. Confira a entrevista com Débora Prado(PSD):

Por que decidiu tentar a Prefeitura nas eleições deste ano?

A população de Jarinu está literalmente cansada da velha política que dominou a cidade nas últimas décadas. Minha candidatura naturalmente foi a opção escolhida pela maioria da cidade como significado de novos tempos. De mudança na forma tanto de conduzir a cidade como de tratamento com as pessoas que aqui moram. Essa confiança depositada em mim e no nosso vice, João Davi, nos trouxe muita satisfação e gratidão.

Tomou a decisão de ser candidata sozinha ou discutiu com amigos, parentes?

Sempre, antes de qualquer decisão, converso primeiramente com Deus, que é quem de fato deve nortear nossas escolhas. Também com a minha família e amigos que considero verdadeiros conselheiros. A decisão foi muito natural. Batemos na trave em 2016, quando o sentimento de mudança já era muito presente em Jarinu. Agora, todos pediam para que eu tentasse de novo. E, assim, Ele traçou nosso caminho que foi muito abençoado.

Como foi a campanha, Débora Prado? Corpo a corpo? Só redes sociais?

Muita presença na rua, casa a casa. Mas, não teria conseguido sem a ajuda de tantos apoiadores que fizeram por amor à causa e a todos os candidatos a vereadores que formaram uma verdadeira família. As redes sociais também foram muito importantes. Estamos desde março fazendo lives e interações que também foram marca da nossa campanha. Em tempos de cuidados com o distanciamento social, este foi um diferencial que, com certeza, também fez a diferença.

Quais os anseios da população de Jarinu que a senhora constatou nesta campanha?

Antes de qualquer obra ou realização, que também são muito esperadas, as pessoas querem uma nova forma de abordagem. Querem ser assistidas, cuidadas mesmo. Não aguentavam mais conviver com o medo e o coronelismo que por muito tempo ditou as regras na cidade.

Será possível concretizar esta nova abordagem?

A nossa vitória trouxe a sensação de liberdade e resgate da autoestima ao povo de Jarinu. Além disso, é claro, temos um plano de governo a ser cumprido. Ele foi construído com muito diálogo com todos os setores da cidade e feitos com os pés no chão. Já sabemos que vamos assumir uma Prefeitura endividada e com muitos gargalos. Planejamento e muito trabalho serão fundamentais para inverter essa lógica.

A senhora obteve pouco mais de 56% dos votos. Como explica essa votação expressiva?

Como disse, a população não aguentava mais tempo sem ser ouvida de fato. Os anos vinham passando e a capacidade de evolução de Jarinu vinha sendo tolhida pela manutenção dos interesses de poucos.

Afinal, quem votou em Débora Prado? Qual é o perfil do seu eleitorado?

Podemos dizer que nosso eleitorado é muito heterogêneo. Vencemos em praticamente todas as urnas da cidade, o que aumenta, e muito, nossa responsabilidade. As comemorações já acabaram. Agora é muito trabalho pela frente!

A pandemia prejudicou sua campanha. Se não estivéssemos enfrentando a Covid, a senhora poderia ter conseguido ainda mais votos?

Acredito que prejudicou por igual a todos os candidatos em todas as cidades. A criatividade e o uso das redes sociais neste aspecto fizeram a diferença.

A ex-prefeita é de família tradicionalíssima na cidade. Outros Lorencini ocuparam a Prefeitura várias vezes. Onde a atual administração errou para conseguir somente 33% dos votos?

Faltou muito diálogo com os setores da sociedade, faltou ouvir a população de fato. Mais que tudo faltou transparência. Mas, isso agora é coisa do passado. Quero governar olhando pra frente.

Qual será sua primeira medida ao assumir?

Na verdade, o governo já começou antes mesmo de assumirmos(risos). Já estamos fazendo visitas a todas as secretarias e autoridades da cidade; levantando contratos vigentes e os que estão para se encerrar e, sobretudo, elaborando o plano dos 100 primeiros dias de governo.

Pretende fazer auditorias para checar se houve irregularidades na administração que está acabando?

É claro que o que está errado tem de ser consertado. A população não pode pagar e continuar sofrendo pelos erros dos governantes. Se irregularidades forem detectadas em quaisquer setores, os responsáveis por elas deverão ser punidos. Mas, não pretendo fazer qualquer tipo de “caça às bruxas”. Não há tempo a perder olhando para trás.

Quais seus projetos para as coisas que influenciam o dia a dia dos moradores como saúde, educação, transporte público, segurança e lazer?

Difícil citar em poucas linhas e falar em um eixo sem citar o outro, pois o que é prioridade para um, muitas vezes não é para o outro. O que posso dizer é que vamos investir muito na organização do nosso sistema de saúde, e na questão de infraestrutura, principalmente no asfalto e buscando soluções para a questão de saneamento que ainda é precária em muitas regiões da cidade. Todas as nossas decisões serão norteadas pela participação popular.

Jarinu é apontada como a cidade que tem o melhor clima do mundo. Além disto tem as belezas naturais, propriedades rurais. Acha que o turismo é bem explorado? O que pretende fazer em relação a este tema?

Nos últimos anos, Jarinu investiu pouquíssimo no Turismo. A nossa ideia, a partir de 2021, é colocar em prática um plano de retomada para este setor, priorizando o AgroTurismo; o resgate das nossas tradições históricas e culturais; e a retomada das realizações das festas físicas, claro, a partir de quando a pandemia tiver acabado. Nossos esforços serão também voltados à integração do Turismo, Lazer e Recreação, para uma ocupação consciente dos espaços públicos, contemplando também as ações culturais. Um dos nossos principais desafios é resgatar o orgulho das pessoas de morar em Jarinu.

Dará incentivos para atrair mais indústrias? Se sim, isto não mudaria o perfil da cidade?

Nós enfatizamos algumas questões neste sentido em nosso Programa de Governo em relação ao Desenvolvimento Econômico: análise do Plano Diretor Físico e Territorial para possibilitar o desenvolvimento de Parque Industrial, de Tecnologia e Agricultura; promoção de alterações e zoneamentos adequados para vinda de pequenas e médias empresas de âmbito regional a se instalarem na cidade; implantação de Centro de Distribuição Agrícola e Comercial para comercialização de produtos agrícolas (flores, morango, uva, legumes, etc.), artesanato (barracas de crochê, bijuterias, quadros, etc.) e alimentação (mel, doces, vinhos, etc.) para fortalecimento do comércio local e geração de empregos. Jarinu é uma cidade de muito potencial em diversas frentes. E ainda tem muito a evoluir no setor industrial, que convive muito bem com as outras vocações jarinuenses.

Como será seu relacionamento com as prefeituras da região, Débora Prado?

O melhor possível. Já estive em uma primeira reunião entre os prefeitos – atuais e eleitos – da Aglomeração Urbana de Jundiaí para tratarmos sobre as ações para frear a expansão da Covid-19. Creio que os governos municipais devem pensar além das fronteiras físicas. Se ajudando mutuamente e construindo pontes de comunicação entre si.

E com os governos estadual e federal?

Temos, urgentemente, de trabalhar para equalizar as dívidas de Jarinu e ‘arrumar a casa’, principalmente neste primeiro ano do nosso governo. A partir daí, com organização e projetos consistentes, iremos às esferas estadual e federal para buscar recursos a Jarinu. O diálogo será constante, independente de cor partidária.(Entrevista originalmente publicada em 25/12/2020)

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