Nesta terça-feira(26), representantes da Prefeitura e vereadores de Campo Limpo realizaram uma reunião. Os gestores relataram irregularidades que vêm encontrando desde que assumiram. Por determinação do prefeito Luiz Braz, está sendo feita uma devassa nas contas e atos da administração do prefeito anterior, Japim Andrade. Já foram encontradas vários problemas: computadores com registros apagados; dívidas, falta de R$ 5 milhões nos cofres e pagamento de R$ 340 mil em remédios que não foram entregues. O Jundiaí Agora entrou em contato com Japim Andrade. Ele disse que irá responder, por escrito, às acusações.
A atual gestão afirma que vem fazendo auditorias, sindicâncias, além de abrir processos, para encontrar soluções. Os vereadores pediram para que gestores municipais apresentassem um panorama do que vem sendo encontrado. No primeiro dia de prestação de contas estiveram na Câmara os gestores das áreas de Promoção Social, Finanças, Serviços Urbanos, Educação, Saúde, Obras, Esporte, Meio Ambiente e Cultura, Eventos e Juventude. Ontem(26), foi a vez da gestora Assistência e Desenvolvimento Social, Vera de Lourdes Gonçalves; de Finanças, Fábio Ferreira da Silva, acompanhados pelo chefe de gabinete, Leandro Bizeto.
No Social – De acordo com Vera de Lourdes, assim que assumiu a pasta observou que todos os computadores tinham sido formatados. “Em resumo, não havia cadastro dos usuários e o trabalho teve que ser reiniciado do zero”, afirma nota divulgada pela atual gestão. A responsável pela Assistência e Desenvolvimento Social, disse que apesar da precariedade, já estão retomando projetos como a Frente de Trabalho que vai dar emprego para 150 pessoas.
Outra questão citada e que já foi alvo de reunião com a Promotoria de Justiça – e agora busca-se apoio do Tribunal de Contas – são contratos não assinados pela administração passada deixando entidades como Raio de Luz(casa transitória) e APAE sem recursos.
Contas não batem – O gestor de Finanças afirmou que apesar de a administração passada ter deixado relatório mostrando que havia mais de R$ 19 milhões em caixa, na verdade, depois de balanço, descobriu-se que R$ 5 milhões estão faltando. Ainda segundo Fábio Ferreira, a devassa determinada pelo atual prefeito descobriu que “durante o mês de dezembro houve uma imensa quantidade de pagamentos que estão sendo avaliados pela nova gestão, feitos de forma irregular e suspeita”.
Para analisar todos os contratos e pagamentos, o prefeito Luiz Braz criou comissão com sete advogados que tem como objetivo apurar as irregularidades, punir os culpados e ressarcir os cofres públicos. “Até mesmo os gastos fixos com Educação e Saúde foram feitos de forma duvidosa e passam por apuração”, afirma texto divulgado pela Prefeitura.
De acordo com o gestor, a devassa mostrou que “o maior problema neste momento são as dívidas a curto prazo – restos a pagar, Pasep e principalmente, INSS. Elas somam mais de R$ 20 milhões e devem ser pagas até abril já que a Prefeitura não está recebendo o FPN (Fundo de Participação dos Municípios) por falta de certidão negativa de débitos com a Previdência. Há também a dívida a longo prazo que ultrapassa o valor de R$ 40 milhões”.
R$ 340 mil – Mais um dado descoberto e informado aos vereadores: no dia 29 de dezembro do ano passado, a administração anterior comprou medicamentos avaliados em R$ 340 mil. O pagamento, segundo a atual administração, foi feito no dia seguinte. Os remédios não foram entregues. Com a devassa feita pelo novo responsável das Finanças municipais, o dinheiro foi devolvido aos cofres públicos. De acordo com a nota do Executivo campolimpense, outros serviços não foram feitos mas constam como pagos. Nesta quarta-feira(27), os gestores de Obras, Edmilson Rosa e Serviços Públicos, Denis Braghetti, farão novos esclarecimentos na Câmara.
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