Fernando Pessoa foi um dos maiores escritores e poetas universais, nascido em Lisboa, Portugal, em 1888, e falecido vítima de males do fígado, em 1935. Viveu 47 anos de intensa produção literária, revelando-se na criação de heterônimos, ou seja, criando personalidades poéticas completas, com as quais ele expressava sua genialidade.

Ainda que pesquisadores portugueses tenham reunido até hoje o total de 72 textos literários com outros nomes, mas sendo ele o autor, o próprio Pessoa dizia que heterônimos eram só três: Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos; o restante eram personalidades literárias. Ainda, tem-se Bernardo Soares, que ele dizia “ter seu estilo” e ele próprio, assinando de forma autoral.

Seu talento abundante revelou-se em vida e reverbera até hoje; a construção detalhada, estupenda desses heterônimos é ímpar. Vamos conhecê-los? Ricardo Reis é nascido no Porto, Portugal; tornou-se médico, monarquista e apreciador a cultura clássica. Sua linguagem é contida, disciplinada, de versos curtos e permeada pela racionalidade, pautando-se por temas relacionados à impermanência, à fugacidade do tempo.

Já Álvaro de Campos é um engenheiro naval, formado na Escócia, com os pés na modernidade; ouve os automóveis, das recém-construídas máquinas a vapor. Esses avanços lhe trazem sentimentos de angústia e perplexidade, que resultam em versos de cunho mais existencialista. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica.

OUTROS ARTIGOS DE ELIANA CORRÊA AGUIRRE DE MATTOS

CONHECENDO A SÉRIE ISO 14000

SEMENTES CRIOULAS

O MERCADO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS NOS ESTADOS UNIDOS

A ANTROPOSOFIA DE RUDOLF STEINER

COMPREI UM NOVO NOTEBOOK. O QUE FAÇO COM O ANTIGO? (2)

COMPREI UM NOVO NOTEBOOK. O QUE FAÇO COM O ANTIGO?

OBSERVANDO A NATUREZA: TUDO AO SEU TEMPO

ESTÁTUAS DA ILHA DE PÁSCOA, OBRAS DE HUMANOS OU ET’S

MAPAS, CÓLERA E SIG’S

EM ALGUM LUGAR NA ÍNDIA

PESQUISAS, FOMENTO, PEQUENAS EMPRESAS E MELHORIAS AMBIENTAIS

Por fim temos Alberto Caeiro. Órfão, recebeu apenas a instrução primária. Vive com uma tia, no campo e é autor de uma poesia aparentemente simples, mas na verdade carregada de intensa complexidade filosófica. Seu esforço é de impedir que o pensamento racional dificulte o “sentir”, aquelas sensações que só a natureza, no seu aspecto mais belo e autêntico, pode proporcionar.

É dele que trazemos aqui o poema “O Guardador de Rebanhos”, recitado magistralmente pelo ator e diretor teatral Antonio Abujamra, no seu programa semanal “Provocações” (TV Cultura, de 2000-2015). CLIQUE NESTE PARÁGRAFO PARA ASSISTIR.

Nessas muitas facetas e pluralidades que temos, nada mais verdadeiro que encontrar o espírito natalino nas pequenas grandes coisas, especialmente na arte sempre viva dos muitos “eus” de Fernando Pessoa, e em nós mesmos.


ELIANA CORRÊA AGUIRRE DE MATTOS

Engenheira agrônoma e advogada, com mestrado e doutorado na área de análise ambiental e dinâmica territorial (IG – UNICAMP). Atuou na coordenação de curso superior de Gestão Ambiental, consultoria e certificação em Sistemas de Gestão da qualidade, ambiental e em normas de produção orgânica agrícola.


CRÉDITOS:

Imagem Principal – Quadro Natividade – http://bit.ly/2kXXXNn

Imagem Fernando Pessoa – http://bit.ly/2zfj03n