FIM DE INQUÉRITO: Missão Belém de Jarinu não teve culpa por mortes

INQUÉRITO

O jornal ‘O São Paulo’, órgão oficial da Arquidiocese do Estado, divulgou que o inquérito policial sobre mortes ocorridas na Missão Belém, em Jarinu, foi encerrado. A instituição não foi responsável nos casos. Em julho de 2017, o Jundiaí Agora publicou que ao menos 14 pessoas – entre usuários de drogas e moradores de rua – tinham morrido no local e que a Polícia Civil iniciavam apuração dos casos.

“Pelo que se apurou, não houve mortes por intoxicação; aliás, todas as mortes se deram por outros problemas e [foram] apontadas pelo IML [Instituto Médico Legal] como [decorrentes de] causas naturais […]. Por todo o exposto, salvo melhor juízo, entendo que não há crime a se apurar em relação às mortes.” A declaração, segundo “O São Paulo” é do delegado de Polícia de Campo Limpo, Elias Ribeiro Evangelista Júnior.

A Missão Belém é um movimento religioso nascido e aprovado na Arquidiocese de São Paulo, idealizado pelo padre Gianpietro Carraro, 57, com a colaboração da irmã Cacilda da Silva Leste, 46. Morando no Brasil há 25 anos, o Sacerdote italiano iniciou, no ano 2000, com o apoio da Religiosa, as atividades de evangelização por meio do serviço aos pobres, que culminaria com a fundação oficial da comunidade em 2005.

Entenda o caso – Em 2017, num período de 30 dias, dentre as 14 pessoas que faleceram nas dependências de um dos sítios mantidos pela Comunidade Missão Belém, em Jarinu (SP), pelo menos nove delas apresentavam quadros de diarreia e vômito, acompanhados de desnutrição, desidratação ou intoxicação alimentar. Outras 19 foram internadas com esses sintomas, contudo sobreviveram. 

Uma investigação policial foi aberta, a pedido das autoridades locais, a fim de averiguar a responsabilidade da Missão Belém em relação ao ocorrido. Na ocasião, o delegado de Polícia de Jarinu, Osmani Pinheiro, fez uma visita ao Sítio Rainha da Paz, onde estavam acolhidas as pessoas retiradas das ruas em grave situação física.

“Em primeiro lugar, não esperava que fosse assim. Eu fiquei impressionado… O que me impressionou mais ainda foi a forma com que eles se tratam! Um ajuda o outro! Sinceramente, o senhor [Padre Gianpietro] está de parabéns. A realidade, a verdade, aparece, Padre. Do que eu estou vendo, aqui é uma maravilha! Eu não esperava isso… Eu fiquei encantado!”, declarou o delegado na época, de acordo com o jornal “O São Paulo”.

No processo policial, no qual se buscava apontar a negligência, imprudência ou imperícia por parte de integrantes da Missão Belém no cuidado de seus acolhidos, vários órgãos foram chamados a vistoriar o local e dar seu parecer, explicou o periódico da Arquidiocese de São Paulo. Após diligências da Prefeitura de Jarinu, do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, do Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde e do Conselho Regional de Medicina, todos atestaram a total idoneidade das atividades realizadas pela comunidade, eximindo-a de qualquer responsabilidade em virtude das mortes ocorridas, justamente porque a condição de saúde dos mortos já estava comprometida antes de sua chegada à instituição.

O jornal “O São Paulo” questionou o padre Gianpietro sobre o fim do inquérito policial. “Enfim, é preciso se perguntar: essas pessoas morreram e muitas outras morrem logo que são recolhidos da rua; se os órgãos públicos confirmaram que não há culpa nenhuma da Missão Belém, então quem é culpado de suas mortes? De quem é a culpa de tantos que, na rua, morrem sozinhos e abandonados? Não será dos próprios órgãos que, com tanto rigor, fiscalizaram a Missão Belém? Não são os órgãos de saúde municipais e estaduais que devem prestar socorro aos necessitados?”, indagou.

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