Prefeitura contrata FIPE para melhorar gestão do São Vicente

A Prefeitura de Jundiaí contratou, sem realização de licitação, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), ligada à Faculdade de Economia da USP para elaborar plano de ação visando o fortalecimento e melhoria de gestão da administração do Hospital São Vicente(HSV). A FIPE receber R$ 318 mil pelo trabalho que nada mais é do que uma auditoria nas áreas contábil e financeira. O estudo deverá levar 120 dias para ficar pronto.

Segundo o processo de contratação, os técnicos da FIPE também investigarão o desempenho, estrutura, processos e resultados do HSV, permitindo visão mais completa da instituição e assim identificar áreas de aperfeiçoamento, além de propor mudanças na gestão melhorando a eficiência, efetividade, qualidade e equidade.

A FIPE foi escolhida porque, de acordo com o processo de contratação, vem prestando notórios serviços na área de pesquisa, assessoria, consultoria e treinamento a diversas empresas. “Trata-se de instituição brasileira, privada, sem fins lucrativos.
Os representantes da FIPE não quiseram se manifestar a respeito dos trabalhos que serão realizados no Hospital São Vicente. Já a Unidade de Governo e Finanças informa que a contratação da entidade já tinha sido anunciada quando da instalação do Gabinete de Crise do HSV.

SAIBA MAIS SOBRE A FIPE:

A auditoria será feita ‘in loco’, ou seja, no próprio hospital, com apoio da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde. “A dispensa de licitação está ancorada na lei por conta da natureza da instituição e da urgência que o caso requer”, afirma a nota divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura.

O texto prossegue: “cabe ressaltar que não se debela uma crise financeira que tornou o hospital insolvente tecnicamente, sem ações firmes e que geram desdobramentos. O custo de nada ter sido feito já está sendo pago.

Dívidas pagas – Segundo matéria divulgada no site da Prefeitura no último dia 17, quando a equipe do prefeito Luiz Fernando Machado assumiu a Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS), em janeiro, encontrou mais de R$ 22 milhões em dívidas geradas pela falta de pagamento de fornecedores de remédios, insumos, prestadores de serviços de limpeza entre outros itens essenciais para garantir o funcionamento da rede de Saúde.

“Hoje, quatro meses depois, a relação de credores se resume a apenas valores que serão pagos ao Instituto de Previdência do Município de Jundiaí (Iprejun). Quanto ao montante de dois dígitos caiu para pouco mais de R$ 4 milhões”, explica o texto.

De acordo com o gestor de Saúde, Vagner Vilela, a partir de um levantamento, muitas despesas e gastos desnecessários e não prioritários foram eliminados. “Imóveis de alto custo que oneravam os cofres públicos, além de serem pouco usados, foram realocados ou otimizados. Tais medidas geraram uma economia de mais de 550 mil por ano”, calcula ele.

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Mas nem tudo caminha com tranquilidade. Outra situação que preocupa é a judicialização, ou seja, quando são receitados medicamentos e insumos que, por não fazerem parte dos medicamentos disponibilizados na rede municipal, por intermédio de decisão judicial, o município se vê obrigado a pagar a maior parte do que deveria ser das esferas Estadual e Federal. “Hoje, estes gastos giram em torno de R$ 15 milhões ao ano para atender cinco mil pacientes, enquanto que para atender toda a rede, com mais de 400 mil habitantes, o gasto é de R$ 9,6 milhões”, compara o gestor.