GIOVANA acha que pandemia é oportunidade para reflexão

GIOVANA

Enquanto os adultos se esbofeteiam nas redes sociais, politizando o coronavírus, Giovana Moura de Oliveira, de 16 anos, acredita que o momento é ideal para uma reflexão. Estudante do terceiro ano do Ensino Médio, ela acha que a doença veio para chocar a humanidade e mostrar que as coisas não estão bem e que precisam mudar. A entrevista com Giovana:

Você crê que este vírus vai mudar a essência do ser humano como muita gente vem pregando?

Acredito que é uma oportunidade perfeita para uma reflexão. Ver como nem tudo está ao nosso controle, que não temos controle sobre a vida ou sobre a morte e mesmo com todos os avanços conquistados, ainda somos frágeis. Acredito que essa crença de que somos capazes de cuidar de tudo é falha. Não podemos. O corona veio nos mostrar isso, que não somos eternos, que tudo é efêmero e que a morte sim, está mais perto do que a gente imagina. Acho que a doença veio pra despertar um choque de realidade, mostrando que as coisas não estão bem.

Para você, qual a lição que este distanciamento está trazendo?

Eu sempre fui uma pessoa apegada e dependente daqueles que vivem comigo. Agora com esse distanciamento posso ver como estou melhorando nesta questão. Diversas partes de mim que eu não conhecia se revelaram, como a minha instabilidade emocional, a minha preguiça (que eu não imaginava ser tão grande), minha falta de concentração e minha relação com os outros. Consigo ver mais claramente de quem eu sinto falta e de quem não sinto. Vejo melhor quem é de fato essencial na minha vida e quem não é.

Como eram seus dias antes do caos se instalar no planeta?

Eu passava grande parte do meu tempo na escola, fazia aula de redação e apoio ao vestibular às tardes de segunda e quarta-feira. Tinha muitos compromissos na igreja também, toda terça sexta e sábados à noite, sempre gostei muito de ir. Tirando isso não era muito de sair de casa, mas adorava ir ao centro da cidade com as minhas amigas de vez em quando. Nos finais de semana fazia curso de música, ocupava toda a manhã do meu sábado. Neste dia, à noite, ia à igreja. Nos domingos a gente se revezava entre churrascos e compromissos da igreja.

Ir à escola era um problema?

Reclamava mais de alguns colegas do que de ir à escola. Gosto muito do método e da forma como as coisas funcionam onde eu estudo. Mas não, nunca me imaginei passar por uma situação dessa.

Como passaram a ser seus dias?

Eu me revelei uma grande preguiçosa neste período. Acordo mais tarde, por volta das 9 e vou estudar. Faço isto até cansar e então me preocupo com alguma coisa, ou fazer o almoço, assistir alguma série, pintar alguma coisa, treinar o violão ou simplesmente não fazer absolutamente nada. Normalmente eu escolho não fazer nada mesmo.

O isolamento social entristece você?

Estar isolada me deixa muito pensativa, e eu sempre fui neurótica de certa forma. Então quanto mais tempo pra pensar eu tenho, mais insegura eu fico. Meu humor acaba oscilando muito, o que não é agradável. Sinto falta de contato físico, de abraçar as pessoas, de rir com as pessoas, sabe? De tropeçar na rua, tirar fotos no espelho, coisas que eu não dava muita importância. É triste também perceber que perdi boa parte do meu 3° ano, eu estava bem empolgada pra esse ano e ele fugiu completamente dos meus planos. É triste saber que não pude viver metade do meu ano de formatura.

Mas, o isolamento deixa você revoltada?

Referente ao isolamento nem tanto. Entendo a importância e urgência dele, é chato estar distante mas é preciso. Acredito que a minha revolta está naquilo que eu vejo nas mídias, como posicionamentos e ações diante da pandemia que me incomodam bastante.

Como você pretende contar aos seus filhos este momento histórico que a humanidade está vivendo?

Contarei que foi uma época muito importante na minha vida, mesmo sendo trágica e dolorida, essencial pro meu crescimento e reconhecimento de certas coisas. Foi o momento de fortalecer laços com a minha família, com os meus amigos, no meu namoro, de perceber características minhas que precisarei trabalhar. Direi que foi uma época que de maneira trágica foi memorável e importante.

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