Golpes da Imobiliária: 7º DP apura envolvimento de mãe e marido de ANA PAULA

Quando se fala o nome de Ana Paula Calçavara Favaro Soares de Oliveira, os investigadores do 7º Distrito Policial torcem o nariz. Eles investigam uma série de golpes dados por ela em clientes de sua antiga imobiliária, a Imperial, que ficava no bairro do Anhangabaú. Ana Paula, que gosta de ser chamada de Ana Paola, é acusada de se apropriar do aluguel pago no dia correto e não repassar ao dono do imóvel. Para este, quando o negócio era fechado, entregava um contrato onde havia o nome de uma fiadora, Ana Maria Calçavara. Além disto, ‘Paola’, que fazia a intermediação entre inquilino e proprietário mantendo-os longe o quanto pudesse, usava o número do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis, o Creci, do marido. Os locatários eram obrigados a pagar uma caução que não era repassada para o dono do imóvel que só percebia o golpe meses depois, quando entrava em contato diretamente com o inquilino. Aí, ficava sabendo que além de não receber o aluguel estava com o condomínio atrasado também. As investigações ainda estão longe de acabar no 7º DP. Os boletins de ocorrência foram divididos em vários inquéritos. Alguns já estão no Fórum. Agora, o que os policiais querem saber é se Rodrigo Soares de Oliveira sabia que a esposa usava seu Creci e se a mãe dela sabia que seu nome estava sendo usado nas transações ou se ela também é uma vítima da própria filha.

Hoje, o Jundiaí Agora – JA – vai contar a história de Ana Paula quando ela ainda e o marido (foto principal/Facebook) eram donos da imobiliária Imperial, localizada no Anhangabaú, na avenida Pedro Blanco da Silva e cujo slogan ironicamente era “segurança de bons negócios imobiliários”(foto abaixo/internet). E a chave para entender o caso seria um número: 107095-F. Este é o registro de Rodrigo no Conselho Regional de Corretores de Imóveis, o Creci. De acordo com os policiais, ela usa este número para fechar negócios e, na sequência, passar a enganar suas vítimas. A delegada titular do 7º DP, Milena Fernandes Gallardo Anhê, que está há pouco tempo na delegacia, contou que Ana Paula responde a mais de 10 casos. Já os policiais que estão trabalhando no caso desde as primeiras denúncias asseguram que mais de 20 boletins de ocorrência foram registrados. Tantos BOs foram divididos em vários inquéritos. Pelo menos um deles está no Fórum.

ANA PAULA

A primeira denúncia feita no 7º Distrito não foi feita por uma vítima e sim pelo próprio Conselho Regional de Corretores de Imóveis, o Creci de São Paulo. Conforme explicou a delegada, locador e locatário tratavam com Ana Paula. Mas sempre em reuniões separadas. As vítimas dizem que ela se apresentava como corretora de imóveis, usando o número do Creci do marido. Daí, a dúvida se ele tem ou não conhecimento dos golpes.

Na delegacia, explicaram os investigadores que cuidam do caso, Rodrigo nega que sabia que Ana Paula usava seu Creci. E ela nega os golpes. Ora afirma que determinado caso não passou de um mal entendido. Ora, que realmente houve um atraso que seria resolvido.

Os investigadores do 7º simplificam o estelionato de maneira didática. Para o dono do imóvel, Ana Paula dava um contrato com a primeira página falsa. Para o inquilino, ela pedia uma caução de até três valores do aluguel cobrado, cujo dinheiro não era repassado para o proprietário. Para o senhorio, o contrato apresentava uma fiadora, o que dava a ele segurança para fechar o negócio. O nome da fiadora: Ana Maria Calçavara, mãe de Ana Paula. A Polícia quer saber se Ana Maria sabia que seu nome estava sendo usado nos contratos.

“Se for comprovado que o marido e a mãe sabiam de tudo e participavam, eles podem ser enquadrados no crime de organização criminosa”, explicou a delegada. A pena para este delito é a reclusão de três a oito anos e multa.

Milena Fernandes (foto ao abaixo) não arrisca falar sobre o valor total dos golpes. Mas, com certeza não é pouca coisa. O estelionato, explicam os policiais, não paravam na caução. Como inquilino e proprietário não se conheciam, a intermediação para o pagamento do aluguel era feita por Ana Paula. Ela, por sua vez, deixava de repassar o dinheiro para o dono geralmente dando a desculpa de que o morador estava passando por dificuldades financeiras. Quando o proprietário do imóvel percebia, estava sem receber o aluguel há vários meses e ainda com dívida do condomínio.

ANA PAULA

Foi o que aconteceu com uma família que deixou três apartamentos sob a responsabilidade da imobiliária Imperial. Os aluguéis eram de aproximadamente R$ 1.400. Com a conversa de que o inquilino não tinha condições de pagar, a falsa corretora embolsou seis alugueis, segundo uma das vítimas. O prejuízo ultrapassa R$ 25 mil. O estelionato só era descoberto e denunciado à Polícia quando o dono do imóvel, cansado de cobrar Ana Paula, ia até o imóvel e falava pessoalmente com o inquilino e ficava sabendo que todos os alugueis eram pagos em dia.


Amanhã, a continuidade da história de Ana Paula, a Paola. O Jundiaí Agora – JA – descobre informações importantes e os investigadores do 4º Distrito Policial relatam o funcionamento da imobiliária Imediatta. 


NA SEGUNDA-FEIRA, A VERSÃO DE ANA PAULA CALÇAVARA FAVARO SOARES DE OLIVEIRA


Enquanto os boletins de ocorrência iam se acumulando no 7º Distrito Policial, as vítimas de Ana Paula passaram a monitorar o Facebook dela. Eles têm certeza de que a cada ida à delegacia resultava num posto provocativo ou irônico, supostamente como resposta para quem procurou a Polícia (foto abaixo). Posts, aliás, que ajudaram ainda mais a aumentar a antipatia que os policiais sentem por ela.

ANA PAULA

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