Com um desemprego na casa de 12 milhões de pessoas e uma de suas maiores crise econômicas, o Brasil vive seu pior momento dentro da política. Desde os tempos do mensalão, em 2004, a situação só vem se agravando. Apesar de o mensalão não ter sido suficiente para tirar Lula de seu segundo mandato e o PT eleger Dilma duas vezes seguidas, a situação política só tem se complicado, principalmente por conta das denúncias de corrupção.
Políticos e empresários se associaram e vivem criando, cada vez mais, situações vergonhosas para o Brasil. Se para muitos existem momentos em que dá vergonha de ser brasileiro, como se diz por aí, um dos momentos é este! A história de “onde há fumaça, há fogo” é fundamental nisso tudo: esta semana, mais uma vez, o senador e líder do Governo, Renan Calheiros, afirmou que nenhum político denunciado e nada comprovado ainda, não lhe tira do lugar onde está. Ou seja: as delações premiadas que circulam no Lava Jato – homologadas ou não – só incriminarão alguém com provas documentadas. Assim, o presidente Michel Temer corre para “salvar” seu amigo Moreira Franco, nomeando-o ministro de estado. Se comprovar as denúncias, ele tem, então, foro privilegiado e fica longe de Curitiba, onde está o juiz Sérgio Moro. É hora de recriar o país.
Situação parecida foi vivida pelo ex-presidente Lula quando foi nomeado pela também ex-presidente Dilma, para chefiar o Gabinete Civil. Lá, o STF impediu Lula de assumir e agora, o mesmo STF permite que Moreira Franco assuma. Pelo menos tem garantias disso até o momento.
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Já foi o tempo em que um político suspeito de qualquer crime que fosse, renunciasse ao cargo que ocupava até se provar sua inocência. Hoje isso não existe. Se falamos de Renan Calheiros acima, vale lembrar que uma denúncia contra ele demorou 9 anos para ir a julgamento neste mesmo STF. Só para fechar o assunto e não transformar estas poucas linhas num romance sem fim, recordamos que Dilma teve seu mandato cassado, as seus direitos políticos mantidos, exatamente ao contrário do que reza a Constituição.
Diante disso tudo, só há uma saída: acabar com a classe política que está aí e está totalmente desacreditada e fazer Pedro Alvares Cabral voltar ao Brasil e descobri-lo novamente. Desde que, claro, ele não tenha nenhum parentesco com o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que se encontra preso. Como se vê, talvez um recomeço seja difícil acontecer! (foto acima: EBC)
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com
