IGGY: “Falta de compreensão à vontade dos jovens de ainda terem vida”

IGGY

Iggy Mattos Rodrigues, tem 16 anos, e é estudante do 2º ano do Ensino Médio de uma escola técnica de Jundiaí. De um dia para o outro, conta ele, a vida mudou de forma radical por causa da pandemia do coronavírus. Ele passa 12 horas na frente do computador por conta das aulas online e trabalhos que precisa fazer. Iggy sente, por parte dos professor, “falta de compreensão à vontade de ainda termos vida”. Leia a entrevista com o jovem:

Como era sua vida antes da pandemia?

Eu acordava bem cedo, 5h50 e ia para escola. Ficava lá das 7h30 até 15h30. São mais de 600 alunos. Almoçávamos juntos. Perder isto foi muito estranho. Saía com os amigos mais às sextas-feiras…

E como eram os finais de semana?

Sou escoteiro. Todo final de semana encontrava o pessoal, sempre com muita gente. As nossas atividades foram para a internet também. A gente faz o que pode…

Você se queixava de ir para a escola?

Não, nunca. Eu gostava muito de ir para a escola. É algo muito legal por causa da socialização, de ter contato com as pessoas. Sinto muita falta de lá. Estamos perdendo a melhor parte da escola: as pessoas. Apesar do ensino virtual, não é a mesma coisa.

Pensou que poderia viver algo parecido com o que está ocorrendo hoje?

Não! Falavam para mim que no futuro as aulas seriam pela internet. Mas eu nunca pensei que isto aconteceria comigo…

Como é a sua rotina agora?

Bem complicada. Antes de ter o ensino à distância, eu acordava cedo por opção. Fazia o que queria: montava quebra-cabeça, comecei estudar piano. Mas a aula online veio muito de repente. Tenho de ficar oito horas do dia sentado na frente do computador. É o mesmo horário de aula normal. Depois, 15h30, tenho de trabalhar em casa. Sem contar as atividades da escola. E são muitos trabalhos que eu tenho de fazer.

O que deixa você mais triste?

A falta de contato humano, sabe? É difícil não poder abraçar, não poder conversar perto. Era algo que eu gostava. E não tem mais isto. É muito complicado.

Sente revolta?

Alguns professores acabam passando muitas tarefas. Existe falta de compreensão deles à nossa vontade de ainda termos uma vida. Tenho muitos trabalhos para fazer. Muito mesmo…

O que você aprendeu com o distanciamento, Iggy?

Agora sei que aula online é possível. Porém, tem que evoluir bastante. Também estou aprendendo a gerenciar melhor meu tempo. Se eu ficar enrolando, só procrastinando, nada vai acontecer. É algo difícil já que tenho de ficar mais de 12 horas na frente do computador por causa das aulas e das tarefas. Também estou aproveitando para aprender coisas novas, como tocar piano.

O coronavírus vai mudar a humanidade?

Vai mudar por bastante tempo. Acho que muitas empresas vão adotar o home office(trabalho em casa). Os empresários viram que esta realidade é possível e deixarão de pagar aluguel, por exemplo. Os avanços da tecnologia também irão ficar. Isto será percebido mesmo daqui uns 50 anos. De imediato, teremos maior apreço pelo meio social. Estamos vendo como é difícil ficar longe dos outros. Andar de máscara em público, nas ruas, também será algo que deverá ser padrão por um bom tempo.

Iggy, como você vai contar este episódio da humanidade para seus filhos?

Quando eles estiverem lendo sobre a pandemia, acho que vou dar aquela exagerada, sabe? Vou colocar um pouco de tempero na história. Mas vou contar como tudo mudou do nada. Tipo: num dia você está na escola ouvindo boatos que em outros países as coisas estão mudando e no outro dia a sua vida é alterada. Não se pode mais sair de casa, não se pode mais encontrar os amigos, não se pode ir ao shopping, não se pode mais fazer nada…

VEJA TAMBÉM

A IMPORTÂNCIA DO CARTÃO DE VACINAÇÃO PARA AS GESTANTES. VEJA VÍDEO COM A MÉDICA LUCIANE WOOD

OS 103 ANOS DA ESCOLA PROFESSOR LUIZ ROSA

NA FISK DA RUA DO RETIRO TEM CURSO DE LOGÍSTICA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES

PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI