Manzato, da Ponte, é o vice-presidente premiado da Oracle para a AL

MANZATO
Paulo, da infância típica em Jundiaí ao sucesso nos EUA

Paulo Manzato Júnior, de 49 anos, é jundiaiense da gema. Nascido e criado na Ponte São João, é torcedor do Paulista. Mas foi morar nos Estados Unidos. E lá se deu muito bem. Hoje é o vice-presidente da gigante Oracle para a América Latina(AL). E pelo trabalho que desenvolve vem recebendo prêmio atrás de prêmio. A entrevista com Manzato:

Como foram os tempos de infância e adolescência na Ponte?

Típica infância das cidades do interior, muito sadia, cheia de muitos amigos. Íamos e voltamos a pé da escola, quase todos os dias jogávamos bola no “campinho” depois que saíamos do Sesi, se o clima permitisse. Os tempos eram outros e vir aqui dizer que a infância naquela época era melhor do que a atual é uma grande bobagem. Mas, o tempo que o pessoal hoje passa ao telefone e redes sociais nós ficávamos na rua. Esta era a rede social daquela época. Andávamos muito de bicicleta para todos os lugares.

Chegou a trabalhar em Jundiaí?

Trabalhar como garçom vale(rs)? Trabalhei desde os 14 anos com meu tio no Mirante, um restaurante, aos finais de semana. Meu pai comprou meu primeiro computador quando eu tinha 11 anos, com 24 cheques pré-datados. Fomos na Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, buscar o equipamento. Aos 13 anos vendi meu primeiro programa feito em BASIC.

Qual faculdade cursou?

Fiz a Universidade Federal de São Carlos. Foi ótimo. Fiz computação. Para mim foi uma decisão muito fácil já que sabia o que gostaria de fazer e ser. Também cursei Ciências da Computação com Pós-Graduação em administração pela FGV.

Você é casado? Sua esposa é brasileira? E os filhos?

Sou casado. Minha esposa é de Jundiaí também. Éramos recém-casados quando viemos para os Estados Unidos. Temos dois filhos, americanos, ambos nascidos aqui na Flórida. O Pedro tem 17 anos e a Victoria tem 15. Vivemos em Pembroke Pines, uma cidade que fica entre Miami e Fort Lauderdale

Quando e por que decidiu morar nos Estados Unidos?

Trabalhava na Lucent, que depois virou Avaya, uma empresa que fornece soluções de telecomunicação. Foi através deles que tive a oportunidade de vir para cá.

Como foi o início de vida aí?

Não é fácil para ninguém e olha que cheguei aqui com visto de trabalho, apartamento alugado e um trabalho. Mas você chega aqui e fica maravilhado com tudo. Os primeiros seis meses são como se estivesse permanentemente na Disney. Depois, pouco a pouco, começa a perceber que nem tudo é o que parece ser. Por exemplo, o racismo é real, cruel e é muito forte na sociedade americana.

Em qual empresa você trabalha hoje?

Na Oracle, uma das maiores empresas de TI. Muito conhecida por sua base de dados, mas em particular eu trabalho com segurança.

O que faz exatamente?

Sou vice-presidente para a América Latina de uma unidade de negócios que vende segurança para equipamentos de telecomunicações.

Quando ganhou seu primeiro prêmio?

Foi em 2017. Uma grande surpresa. Não existe somente uma coisa que você faz, é um conjunto de coisas: pequenas, que quando somadas esperamos que faça alguma diferença. Mas um fator importante foi que em 2016 eu fui uma das pessoas que iniciou um programa da própria Oracle chamado OLA (Oracle Latino Alliance – Chapter do Sul da Flórida) que como missão procura engajar a comunidade latina nas questões sociais locais de Miami e região.

Agora você recebeu um segundo prêmio…

Foi agora em maio de 2020. Não sabia que um pessoa poderia ganhar novamente o prêmio. Mas é sempre gostoso. Bom, foram alguns projetos, todos eles ligados a educação. Conseguimos treinar e certificar várias dezenas de professores da rede de ensino pública aqui em Broward em Java através da Oracle Academy. Tudo 100% gratuito. Além disso, faço parte de um grupo que durante três anos esteve envolvido em dar aulas de programação para estudante de High School em bairros de baixa renda.

Como os americanos veem um brasileiro com tanto sucesso?

Primeiro que eu não tenho tanto sucesso assim. Mas a sociedade americana valoriza o sucesso e ter sucesso não é visto como um problema. Pelo contrário. Você percebe no esporte. Vamos pegar o tênis, o ciclismo como exemplo. Quando existe algum americano entre os melhores (com sucesso) estes torneios são concorridos, estão na mídia, os jogos são transmitidos ao vivo pela televisão; quando não há americanos entre os melhores quase não se fala sobre as competições.

Você vem com frequência a Jundiaí? Tem parentes morando aqui?

Sim. várias vezes por ano. Até o coronavírus aparecer. Toda minha família mora em Jundiaí. Meus pais, irmãos, minha sogra. Minha família é grande, tenho muitos primos. Sinceramente adoro minha família e sou orgulhoso dela. Não temos outros parentes que moram nos Estados Unidos.

Qual a sua visão, hoje, a respeito do Brasil?

Minha resposta não tem viés político. Mas sou e sempre serei otimista com relação ao Brasil. Esta pergunta em si daria uma outra entrevista…

Quando seus filhos veem notícias negativas sobre nosso país, o que você diz?

Gosto de conversar com eles sobre estas notícias e mostrar sempre os dois lados. Nada é só ruim e nada é só bom. Quero que eles analisem a situação e tirem suas próprias conclusões. Quando estou com outras pessoas procuro evidenciar as coisas positivas do nosso país, também não pinto como um mar cor-de-rosa. Entretanto me irrito com brasileiros que somente olham o negativo. Neste casos, sempre pergunto o que elas/eles estão fazendo para melhorar o país. Geralmente a resposta vem em forma de silêncio. Fácil atirar pedra e não fazer nada.

Pensa em voltar para cá?

Quero ter um pé no Brasil sim. Meus filhos estão na fase de ir para a universidade. O Pedro, em agosto do ano que vem, já deverá estar no College. A Victoria em 3 anos…

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