Trabalhar com as mãos é uma terapia. Trabalhar com o coração é uma alegria. Trabalhar com os dois é massoterapia. O autor dessa bela frase é desconhecido, mas, quem já teve a oportunidade de receber uma massagem, conheceu de perto seus efeitos.

O trabalho mecânico que a massoterapia propõe, atinge dois pontos importantes: a fisiologia e a psique do indivíduo. A forma de aplicá-la é tão diversa quanto seus inúmeros efeitos.

Entre nós, simples mortais, a massoterapia é conhecida como massagem. É o termo relacionado à terapia que consiste em organizar a energia corporal, bem como, estimular ou inibir processos fisiológicos específicos. Pode ser aplicada parcialmente ou no corpo inteiro.

A massagem terapêutica é um conjunto de manobras que, a partir do toque, desempenha a função de estimular no organismo humano, eventos fisiológicos que influenciam os estados emocionais e a cognição do paciente, além de atender ao ser em sua integralidade, quanto a sua dinâmica e complexidade.

Os efeitos terapêuticos esperados subdividem-se em: mecânicos, fisiológicos e psicológicos.

Dos movimentos mecânicos, espera-se que a tração e o estiramento ritmicamente aplicados, produzam um estímulo na circulação venosa, na linfática, na arterial e nos capilares, afetando, diretamente, os processos fisiológicos relacionados abaixo:

  • Aumento da circulação sanguínea e linfática;
  • Aumento do fluxo de nutrientes;
  • Remoção dos produtos de catabolismo;
  • Estimulação do processo de cicatrização;
  • Resolução do edema e hematomas crônicos;
  • Aumento da extensibilidade do tecido conjuntivo;
  • Alívio da dor;
  • Aumento dos movimentos das articulações;
  • Facilitação da atividade muscular;
  • Estimulação das funções autonômicas;
  • Estimulação das funções viscerais;
  • Remoção das secreções pulmonares;
  • Estímulo sexual;
  • Promoção do relaxamento local e geral.

Não é pouco, concordam?

Ainda temos o fator psicológico envolvido, como, o aumento do vínculo entre mães/pais e filhos (inclusive – ou principalmente – crianças adotadas), pois, alivia o estresse, relaxa, promove confiança e aumenta, consideravelmente, a sensação geral de conforto e bem estar.

A massoterapia é especialmente necessária às pessoas acamadas, considerando que o movimento mecânico mantem os músculos e vísceras ativos, proporcionando uma melhor qualidade de vida.

Existem diversas formas de aplicar a massagem. Cada tipo relaciona-se com o conforto prestado ao indivíduo e,essencialmente, os objetivos que se pretende alcançar.

Lembro-me, perfeitamente, de quando estava grávida do meu primeiro filho (Daniel, hoje com 13 anos) e das sensações vividas: ansiosa, incrivelmente feliz e ávida por aprender absolutamente tudo para tornar meu filho o serzinho mais feliz do mundo. Assim como eu.

Fiz um curso de gestantes e ali aprendi a fazer Shantala, massagem de origem indiana, passada de mãe para filha, descoberta por um cientista francês, Fréderick Leboier, em sua viagem pela Índia em 1976. Ele trouxe esse conhecimento para o ocidente e o batizou de Shantala, o nome da mãe que observou, na ocasião, fazendo massagem em seu bebê.

Eu estava pronta para receber meu bebê! Ele ia adorar receber essa massagem tão delicada e carinhosa, assim como os bebês que observei durante o curso.

Deus pai! Meu bebê era o único que gritava como se eu estivesse beliscando-o ao invés de massageá-lo.

Algumas tentativas frustradas depois, decidi parar. Estávamos atrapalhando a paz e tranquilidade alheia.

Nota: até hoje ele detesta massagem, o que me conforta, pois, se ele não gostava da massagem, não me coube a culpa pela aversão. Descobri isso quando Vinícius (hoje com 10 anos) nasceu. Ele amou receber a Shantala. Até hoje me segue pela casa pedindo massagem. Tenho que admitir que eu fiquei um pouco traumatizada, desconforto que o segundo filho ajudou a amenizar.

A massagem aplicada tanto em adultos como em crianças, difere pouquíssimo. Os objetivos são os mesmos, bastando, portanto, pequena adaptação no trato comas crianças.

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Esta prática é mais eficaz do que o repouso na promoção da recuperação da fadiga causada pelo exercício excessivo. Portanto, teoricamente, a massagem torna possível a prática de maior esforço, o que, por sua vez, aumenta a força e resistência musculares.

Existem inúmeras técnicas e a opção dentre elas, deve passar por uma análise pormenorizada das necessidades e objetivos do paciente, orientado, é claro, por um profissional da área.

No blog do fisioterapeuta Thiago Nishida, consta TODOS os tipos de massagens, alguns com link para saber mais (objetivos, resultados esperados, vídeos da manobra). Achei bem interessante para quem quer saber mais (http://blog.thiagonishida.com.br/todas-massagens/).

Dica de hoje: não guarde rancor. Guarde dinheiro para a massagem.  E, por favor, se for para pegar no meu pé, aproveita e faz massagem. (Ilustração: ashitsubo.com.br)


ELAINE FRANCESCONI

Bacharel em Zootecnia (UNESP Botucatu). Licenciatura em Biologia (Claretiano Campinas). Mestrado (USP Piracicaba) e doutorado (UNICAMP Campinas) em Fisiologia Humana. Professora Universitária e escritora.