MEDO DO DESCONHECIDO

MEDO DO DESCONHECIDO

H.P. Lovecraft (1890/1937) foi um escritor americano que revolucionou o gênero de livros sobre suspense psicológico. Uma de suas frases marcantes diz: “De todas as emoções humanas o medo é a maior delas. De todos os medos o maior é o medo do desconhecido”. Esta frase, quase centenária, nos ajuda a entender como em um mundo marcado pelas mudanças cada vez mais velozes as pessoas resistem tanto a aceitar que o mundo no qual você foi dormir não será o mesmo quando você acordar.

As tecnologias que nos trazem novidades permanentemente fazem parte das nossas vidas de forma irreversível, ainda que não nos demos conta disso. Se usarmos os telefones celulares como parâmetro teremos uma forma de identificar uma trajetória dessas vertiginosas mudanças. Segundo a internet já existem mais de 5 bilhões de celulares no mundo nestas poucas décadas de sua existência. Em decorrência disso vários fenômenos como a explosão das comunicações via internet estão substituindo os meios usuais de comunicação. Os telefones fixos estão em plena decadência. Um processo de descontinuidade que se observa em vários outros setores e produtos.

Não é um defeito do aparelho ou do serviço, eles continuam fazendo aquilo que sempre fizeram, mas a substituição deles por outra coisa. Assim como o condutor de carruagem, independente de suas habilidades e qualidades, foi substituído e seus préstimos se tornaram obsoletos, outras profissões desapareceram e continuarão a desaparecer, do mesmo modo que muitas outras surgirão. Como esses eventos nem sempre nos atingem diretamente vamos cuidando do nosso cotidiano incorporando novos conceitos e nos adaptando a eles preferencialmente sem pressa.

Mas não fazemos isso de modo natural. Nossa tendência é resistir e buscar em nosso passado, próximo ou distante, elementos para continuarmos a fazer o que sempre fizemos. A ideia de que somos favoráveis e receptivos às mudanças não é verdadeira. Podemos saber o que estamos deixando, mas não sabemos exatamente o que vamos encontrar o medo daquilo que desconhecemos é suficiente para estimular nossa relutância. Toda e qualquer nova proposta é sempre vista com desconfiança.

A pandemia pela qual estamos passando trás infindáveis exemplos do que estamos falando. Resistimos a acreditar na extensão da doença, reagimos às medidas sanitárias que nos foram impostas, aceitamos com dificuldade os efeitos dessas medidas, questionamos a efetividade daquilo que nos vimos obrigados a fazer, ou deixar de fazer, mudamos muitos de nossos hábitos e assim este ano foi passando.

OUTRO ARTIGO DO PROFESSOR FERNANDO LEME DO PRADO

EDUCAÇÃO HÍBRIDA

Agora novos desafios e outros medos nos assolam: Podemos retornar às nossas atividades regulares com segurança? A reabertura, ainda que parcial, limitada e regulada, não nos garante que não seremos contaminados com maior ou menor gravidade. Continuamos com medo do desconhecido e não sabemos como vencer essa emoção. Ainda que mude o mundo o ser humano tende, sempre, a ser o mesmo.(Foto: Ricardo Moraew/Reuters/Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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