Nesta época do ano, os estudantes portugueses estão desfrutando das merecidas férias de verão. Por outro lado, Melissa Lima Rodrigues, de 14 anos, arruma as malas e vem para o Brasil. Fazer o quê? Estudar. Ela é aluna de intercâmbio da Escola Professor Luiz Rosa. O Jundiaí Agora conversou com ela. Detalhe: o modo de falar/escrever da jovem portuguesa foi mantido. Portanto, não estranhem:

Estamos em agosto, início do segundo semestre no Brasil. Como você pode deixar a escola em Portugal e e vir para cá?

Eu consigo vir para cá porque, em Portugal, estamos em férias de verão neste momento. Assim, não deixei a escola e não precisei faltar a nenhuma aula. Lá é diferente. O ano letivo, em todo o hemisfério Norte, começa em setembro e termina em junho. Em Portugal, há dois períodos de férias: duas semanas entre Natal e Ano Novo, e três semanas no período da Páscoa. Lá, a pausa da Páscoa acontece no começo da primavera. Aqui no Brasil, algumas cidades também fazem esta pausa no começo da Primavera, em outubro.(Foto principal: Melissa no Estádio da Luz durante jogo da seleção portuguesa)

Onde você estuda? Qual curso? 

Estudo na Escola Secundária Luiz de Camões, uma escola pública que fica no centro histórico de Lisboa. Em setembro começarei o Curso de Humanidades (Literatura), no decimo ano de escolaridade. Aqui seria o primeiro ano do Médio.

Por que escolheu o Rosa para o intercâmbio? Qual curso? Qual ano está?

Escolhi o Rosa pois conheci muitos dos seus professores lá em Portugal, através da empresa dos meus pais, a “Vindas Educação Internacional”, que leva professores Brasileiros para conhecer o sistema educacional português. Além disso, minha mãe é jundiaiense e foi diretora da Pedagogia do Anchieta há muitos anos e meu pai, português, é também da área da Educação Inclusiva e conhecem muitos professores daqui. No Rosa, eu venho a acompanhar as turmas que atualmente estão no primeiro e segundo ano do médio.(Foto acima/Melissa, de vestido cinza, com colegas da Escola Professor Luiz Rosa)

Quantos meses por ano estuda aqui?

Varia, mas normalmente 1 mês.

Você se formará no curso do Rosa?

Não. Venho só para fazer o intercâmbio. Na Europa chamam-se “cursos de verão”. Servem para o estudante ganhar experiência na cultura de outros países.

Este curso terá validade em Portugal?

Não, só terá valor em experiência. Mas ajuda muito. Como aqui eu estou sempre um ano adiantado em relação ao meu ano em Portugal (aqui estou no 1º e 2º do médio, mas lá vou começar o médio só em setembro), acabo por adiantar a matéria e, quando chego lá, tenho notas melhores.(Foto ao lado: Arco da rua Augusta)

Aliás, pretende fazer faculdade? Qual curso? Aqui ou em Portugal?

Pretendo fazer Direito na Universidade de Lisboa e depois um mestrado em Ciências Políticas, também lá em Lisboa.

Quais as diferenças entre o ensino de sua terra natal e do Brasil?

São muitas, mas acho que uma das maiores é que após o nono ano. Já tive que escolher entre 3 opções: um médio profissional, um médio artístico ou médio científico humanístico. E a escolha de curso vai mudar as matérias que se tem. Por exemplo: no curso médio de humanidades, possui matemática aplicada às ciências sociais, mas não a matemática geral.
Outra diferença é que lá tem mais escolas púbicas que privadas e todas as escolas são em período integral. Então eu passo o dia na escola, almoço, tenho desporto à tarde (fiz rugby até o ano passado) e saio por volta das 16h30 ou 17h30.(Foto acima: manifestação do dia 25 de abril, Revolução dos Cravos, ocorrida em 1974)

O que seus colegas e professores patrícios acham deste intercâmbio?

Muitos dos meus professores não sabem, até porque eles são novos todos os anos e o meu intercâmbio acontece na passagem de um ano letivo para outro. Mas os meus colegas sempre me perguntam “Se estas de férias, porque estudas???”. O facto é que para mim é muito enriquecedor e interessante.(Foto acima com o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza)

E o que seus colegas e professores daqui acham deste intercâmbio?

Acham que é muito enriquecedor, podemos sempre aprender muito com outras culturas. Eu troco experiências e tenho muitos amigos aqui. Mantemos contacto o ano todo pelo WhatsApp e Instagram. Os professores são muito legais e eu gosto muito de participar nos debates.

Apesar de falarmos português, tem alguma dificuldade relativa à forma como o idioma é falado pelos brasileiros? Ou já se adaptou ao nosso modo de tratar a língua?

Minha mãe é brasileira, então não, mas os portugueses conseguem entender bem os brasileiros em geral. Acho que o contrário é mais difícil pois o português de Portugal acaba fechando muito mais as vogais e a fala é mais rápida. Mas para um português que não conhece o Brasil, deve ser mais difícil. Tem muitas palavras que são diferentes, por exemplo, ‘rotatória’, em Portugal, é ‘rotunda’. ‘Descarga’, ‘autoclismo’; ‘durex’, ‘fita-cola’; ‘pincel atômico’, ‘caneta de feltro’; ‘tela’, ‘ecrã’; ‘celular’ é ‘telemóvel’. No lugar de ‘legal’ usamos ‘fixe’. E ‘bonita’ é ‘gira’.(Foto acima: Ponte 25 de Abril)

Conhece bem Jundiaí? O que acha da cidade?

Conheço bastante bem, acho que é uma cidade muito interessante e com muito potencial. Venho para cá todos os anos desde que eu tinha três meses de idade. Gosto do Parque da Cidade, do Jardim Botânico e gosto muito de ir ao SESC. E gosto de ir ao shopping com os meus amigos depois das aulas.

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