Algum tempo atrás, no pingue-pongue de perguntas e respostas entre o auditório e a mesa que presidia reunião do Conselho Intermunicipal dos Rios Atibaia, Jundiaí e Capivari, na Argos, atrevi-me a perguntar: “quais as perspectivas de navegação no Rio Jundiaí?”

Minha intenção era saber da possibilidade de nova opção para o transporte coletivo, passando a navegar na bacia do nosso rio maior. O presidente da mesa (prefeito de não sei qual cidade) foi curto e grosso na contestação: “só se for de piroga…”

Engoli em seco a resposta sarcástica, mas sem deixar de comentar com a colega
Maria da Graça Martin, a meu lado, que a questão merecia ser estudada.

A um leigo como eu, o Rio Jundiaí parece reunir algumas condições ndispensáveis à navegabilidade, pois: é um rio de declividade suave, sem corredeiras, em cachoeiras, sem barragens e sem trechos de leito pedregoso problemático.

Como seu curso natural já está parcialmente retificado e canalizado, suas condições de navegabilidade poderiam ser acrescentadas, com a regularização de seu leito, mediante dragagem dos trechos mais altos e barragens para elevar o nível das águas nas vazões mais baixas.

Concluídas que já foram nos seis municípios da bacia (Campo Limpo, Várzea, Jundiaí, Itupeva, Indaiatuba e Salto) as obras de infraestrutura para sua despoluição, deveríamos tratar do múltiplo aproveitamento de suas águas. Além de paisagismo e lazer em suas margens, irrigação e consumo, poderíamos pensar em seu aproveitamento como via navegável para o transporte coletivo. Sendo isso possível, poder-se-ia atender especialmente os milhares de trabalhadores que residem em suas margens, desde Várzea, e que vão e voltam diariamente para e do Distrito Industrial…

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Como meu amigo José Adilson Breda costuma dizer que sonhar não é pecado, chego a imaginar-me navegando pelo Rio Jundiaí limpinho da silva até sua desembocadura, em Salto, daí, passando para o Tietê, atravessando todo o Estado de São Paulo, descendo o rio Paraná e chegando ao Atlântico pelo Rio da Prata… Vamos lá?…


JAYME MARTINSJAYME MARTINS

Jornalista, ex-chefe de reportagem do jornal Última Hora de SP, ex-correspondente na China de O Globo, Estadão, JT, Rádio Eldorado, Rádio Guayaba e SBT, Grande Prêmio de Jornalismo Líbero Badaró, da ABI e Revista Imprensa, pela cobertura dos acontecimentos da Praça da Paz Celestial em 1979, Diretor de Overchina Consultoria e Edições, jayme.overchina@gmail.com