NO CAOS HÁ ORDEM? E na ordem há caos? Que semaninha…

no caos há ordem

Que semaninha foi essa? Quanta coisa importante num mesmo espaço de tempo e que espaço de tempo pequeno para tanta coisa importante. É preciso fazer as perguntas: no caos há ordem? E na ordem há caos? Vou começar comentando a respeito da minha última crônica, “BBB21 e a desconstrução” porque aconteceu uma situação anômala, diante das demais crônicas: esta incomodou e fez com que 217 pessoas se dirigissem a mim, em meu e-mail ou Whatsapp, para deixar seu comentário.

E os comentários eram 99% concordes com as opiniões emitidas em minha escrita: indignação, surpresa, alarde e consternação. Realmente o grupo escolhido para compor o fantasioso “mundo de Alice” foi garimpado junto às piores personagens de cada segmento, tamanho o nível de desinformação, arrogância e empáfia que cada membro explicita.

Entretanto, este não é o objetivo das crônicas. Sim, gosto de saber do impacto delas, mas não escrevo para agradar fulano ou sicrano: escrevo porque gosto de escrever e exercitar meu cérebro, num diálogo uníssono comigo e, desta forma, poder pensar, analisar, articular projetos e ideias que me sejam desafiadoras. Confesso que temia pelo último texto, mas até que surtiu bom resultado.

Porém, esta semana está sendo diferente, confusa, desastrosa e preocupante. Comecemos pelo pior dos piores cenários, da política nacional, com a prisão de um deputado que se lançou contra instituições nacionais estabelecidas. Esbravejou pela derrubada do Supremo, pela impropriedade de um ministro, dentre outras questões e, depois de muitas estripulias, foi recolhido repentinamente. Na Suprema Corte, a votação foi unânime contra ele e os grupos passaram a divulgar informações de censura e prisões arbitrárias, como em épocas do tão falado AI-5.

Assusta-me a prisão e assusta-me a censura. Mas assusta-me, igualmente, que alguém se manifeste, ameace e conclame o povo para uma derrubada aos valores institucionais respaldados pela República, em especial quando este alguém também faz parte de instituição pública da dita República. É algo a ser pensado com cuidado e carinho, levando a muitas análises e reflexões, dando suporte a debates de um bom nível, reestruturador e equalizador.

Um bom debate não é aquele da direita versus a esquerda. Isso é conversa de botequim e nenhum filho de Deus (também pode ser filho de Jeová, do Messias, de Oxalá, da Luz Divina, da Força Criadora, de Buda, de Maomé, enfim) aguenta mais ouvir falar que “os da direita pensam…” ou “os da esquerda querem…”. Ninguém, na mais clara e objetiva intenção quer outra coisa a não ser a paz restabelecida, a civilidade praticada e a República respeitada. Apenas isso.

Na verdade, o que se espera de um bom debate é que se tenha claro os limites da civilidade, os direitos e deveres do cidadão e as responsabilidades do Estado cumpridas. Simples, direto e objetivo assim. Pensar em meu bem estar significa pensar nisso e acreditar que isto seja estendido a todos os que nasceram no território brasileiro, cidadãos desta pátria há muito esquecida e ultrajada. Nacionalismo? Não! Civilidade e respeito, apenas.

E daí temos a questão das vacinas: antes o discurso é de que haveria para todos. Agora o discurso é que haverá até que acabe, situação que se torna hilária, sarcástica e porca, usando os melhores termos publicáveis. Relatos de experts informa que sem a segunda dose ou com a segunda dose fora do prazo o risco continua; o que implica numa brincadeira de péssimo e refinado nível de sadismo e irresponsabilidade.

Neste mesmo tumulto, temos que cada prefeitura assumiu sua política de vacinação, cabendo a cada gestor vacinar o grupo que entender ser prioritário e o país se transforma nesse vulcão de ações desencontradas, juntando-se aos oportunistas que buscam salvar suas peles, da maneira que for possível, pouco se incomodando com o tal bem comum; o bem comum do oportunista é o seu próprio bem. E a lista de vacinação, em algumas cidades, se estende a perder de vista, em especial, deixando para os próximos grupos a incerteza e a insegurança da existência da segunda dose.

Por outro lado, vivendo cenas iniciais de um filme de terror, os jovens em festas, baladas e praias, às vezes acompanhados por famílias que parecem desacreditar que estamos hospedando um vírus assassino. São grupos que se encontram, que promovem aglomeração sem cuidados necessários, paralelo ao crescimento dos índices de internação em enfermarias e UTIs, sempre lotadas, provando que no caos não há ordem. Lógico fica que estes descompromissados com a saúde alheia são sempre cópias do mandatário sem noção. Que tristeza de situação.

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Se não bastasse, esta semana ainda teve a coisa do tal “lugar de fala” que vou trabalhar no decorrer da semana. Muita coisa ruim para uma semana só e eu não teria estomago para falar de Lumenas, Carol Conkas e Nego Dis, numa crônica só. Na linguagem deles, daqui do meu “lugar de fala”, prefiro me excluir destas questões sórdidas. No caos (ou será na ordem) em que me encontro, aguardo a notícia de que meu grupo de vacinação terá início. Força e foco.(Ilustração: Youtube/All Humanity Are One)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.

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