Obras na Estação Ferroviária: MP quer que CPTM informe andamento

obras na estação

O Ministério Público (MP) de Jundiaí conseguiu que a CPTM assumisse a necessidade de fazer obras na Estação Ferroviária de Jundiaí. Segundo o promotor Claudemir Battalini(foto ao lado), o fato é importante já que as obras assegurarão a conservação do patrimônio histórico e a segurança dos usuários. Agora, o promotor deu prazo de 70 dias para que a CPTM informe como está o andamento da reforma e qual é o prazo para a conclusão. O Jundiaí Agora não recebeu retorno da companhia. A estimativa é de que a restauração custará quase R$ 7 milhões e poderá durar até 15 meses. A entrevista com Claudemir Battalini:

Como começou este processo?

O Instituto Envelhecer fez uma representação dizendo que obras na Estação Ferroviária, até então já confirmadas, não estavam sendo feitas. Argumentaram que a reforma precisava ser mesmo feita já que a Estação Ferroviária está com alguns pontos comprometidos, o que poderia prejudicar ainda mais o patrimônio histórico e cultural. A partir daí, foi feito um inquérito civil no dia 1º de julho de 2020, citando a CPTM, a Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos a Prefeitura de Jundiaí. O objetivo era entender como estava o andamento das obras e o nível de proteção do patrimônio.

Quais os retornos que o senhor recebeu?

Em outubro, devido a pedido de prazo sob alegação de dificuldade de acesso às informações, a CPTM respondeu que assinou o contrato em 20 de julho de 2020 para início das obras em setembro do ano passado, inclusive com a autorização do Condephaat. As obras de restauro não incluem a Casa de Chaves, que faz parte do mesmo conjunto da Estaçãozinha, que pegou fogo em 2018, e o locobreque(tipo de locomotiva), cuja responsabilidade seria da Prefeitura. O Executivo, na ocasião, respondeu que o restauro é importante, mas é de responsabilidade da CPTM, inclusive o locobreque. Em dezembro oficiamos novamente a CPTM questionando o estágio da obra, querendo saber se avanços tinham ocorrido, os problemas que surgiram e a previsão de término. A empresa pediu mais 70 dias de prazo alegando que estão com dificuldades por conta da pandemia e afastamento de funcionários. Espero que a questão do locobreque seja logo resolvida. A Prefeitura até chegou a dizer que tinha interesse em receber a locomotiva. Mas isto não chegou a ser formalizado. O importante disto tudo é que a CPTM assumiu a necessidade da restauração da Estação Ferroviária de Jundiaí. Passei por lá e vi que estavam consertando o telhado. Provavelmente, a obra foi anunciada antes da hora já que havia a questão da licitação da empresa responsável para ser resolvida. A princípio, as reformas estão em andamento e vão ajudar a preservação deste bem.

O que está sendo feito na estação?

A CPTM afirmou que fará obras na Estação Ferroviária de Jundiaí são de restauro, intervenção e remanejamento. Segundo o contrato, o telhado será consertado, serão feitas intervenções nas salas operacionais e remanejamento da rede aérea, elétrica e telecom. Imagino que irão atuar mantendo o padrão nos pontos degradados e indicados pelo Instituto Envelhecer. A empresa deve ter feito um pente-fino para dar condições de proteger o bem e servir melhor os usuários. Como tudo foi aprovado pelo Condephaat, imaginamos que o imóvel, na sua essência histórica, não poderá ser radicalmente alterado.

E se isto ocorrer?

Gerará um outro problema. Quem atua nesta área de preservação, como o Instituto Envelhecer, pode acompanhar e nos informar. Se for detectada alguma reforma fora do que foi planejado e aprovado, é evidente que serão acionados. Em algumas situações, é claro serão feitos alguns ajustes. Mas o contexto histórico de padrões, de materiais e cores precisa ser mantido.

É uma boa notícia…

Sim. Ainda mais agora que o prefeito Luiz Fernando Machado apresentou projeto de integração do Complexo Fepasa com o Expresso Turístico. Aliás, sobre o Complexo Fepasa, temos um inquérito já faz alguns anos. Conseguimos tirar de lá os carros alegóricos de escolas de samba, também conseguimos que a administração fizesse algumas reformas estruturais para a manutenção dos galpões. Existem algumas áreas lá que estão muito degradadas. O Poupatempo é um bom exemplo disto. O local foi restaurado, mantendo a arquitetura e conceitos históricos e culturais. Isto vem ajudando na preservação do patrimônio que é gigantesco.

O acesso de terra ao Poupatempo, que gera tantas reclamações, não poderia ser cimentado?

Nunca tratei deste assunto. Mas é preciso tomar muito cuidado já que os defensores do patrimônio podem alegar que os materiais usados estão em desacordo com a preservação da memória. Talvez seria necessário encontrar uma alternativa de piso, sempre com a autorização do Condephaat. (Foto principal: Regina Kalman)

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