A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) informou que a reforma da estação ferroviária de Jundiaí, na vila Arens, terá início ainda neste ano. Isto inclui a modernização do prédio tombado em 2011. Devido as intervenções, uma estação provisória terá de ser construída. No ano passado, a CPTM realizou obras emergenciais, reforçando as estruturas da cobertura e revisão das instalações elétricas.

Segundo nota da assessoria da companhia, “o Condephaat e demais órgãos de preservação histórica aprovaram os projetos básicos de restauração e modernização da estação, incluindo prédio tombado, plataformas, passarela, sala de equipamentos e elevadores. Os projetos executivos estão em fase final de elaboração e, depois, também serão encaminhados aos órgãos para aprovação”. (foto ao lado: Sandy Carvalho)

A previsão da CPTM é de que as obras da primeira fase sejam contratadas ainda neste ano com um investimento de R$ 4,5 milhões. Esta etapa corresponderá à implantação de uma estação provisória para oferecer segurança aos usuários durante os serviços de modernização do prédio tombado. “ A estação provisória deverá ficar pronta no final deste ano e, em seguida, será iniciada as obras de recuperação e modernização do prédio tombado”, encerra a nota da companhia.

Prefeitura – A estação ferroviária também é tombada pelo município. Também através de nota, Unidade de Gestão de Cultura (UCG), explicou que “esta ciente das necessidades de reparos no edifício e considera correta a decisão por fazê-los, embora não tendo ainda sido notificada, até mesmo por não haver sinalização para início imediato das obras”.

A Unidade aguarda projeto para análise do Departamento de Patrimônio Histórico e posterior aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (Compac), uma vez que a aprovação em nível estadual não isenta a CPTM de solicitar aprovação nos demais órgãos competentes (entre eles o Compac, que é municipal). “Esta aprovação é fundamental para o prosseguimento de qualquer obra em imóvel tombado”, explicou a Unidade de Gestão de Cultura.

Tombamento – Segundo o site www.cultura.jundiai.sp.gov.br, o Condephaat tombou a estação ferroviária de Jundiaí no dia 13 de junho de 2011. O parecer do tombamento diz que “o Complexo da Estação Ferroviária de Jundiaí é o ponto terminal da antiga São Paulo Railway, posteriormente denominada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, a primeira linha ferroviária em território paulista, que conectou o planalto ao litoral. O complexo impulsionou o desenvolvimento econômico em direção ao interior do Estado com o desbravamento de fronteiras agrícolas e o escoamento da produção, formando entroncamento com outras ferrovias. As tipologias arquitetônicas refletem o partido adotado pelos ingleses nas primeiras construções ferroviárias de São Paulo, com a introdução de novas técnicas como a alvenaria de tijolos e o ferro fundido”.

A Estação Ferroviária de Jundiaí (fotos acima Flickr da Prefeitura) foi inaugurada pela São Paulo Railway em 16 de fevereiro de 1867, após sete anos de obra. No início dos anos 1870, a estação passou a atuar como o ponto inicial da linha tronco da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, que seguia de Jundiaí até Campinas.

A São Paulo Railway, mais conhecida como SPR ou como “Ingleza”, foi a primeira estrada de ferro de São Paulo, construída entre 1862 e 1867 por investidores ingleses. Ligando Jundiaí a Santos, transportou até 1930 café e outras mercadorias, além de passageiros, do interior para o porto.

Jundiaí teve o seu crescimento acelerado a partir da ligação por via férrea com São Paulo, em fevereiro de 1867. A cidade passou a receber todas as cargas do interior para depois transportá-las para o porto, processo que ocorreu primeiramente em lombo de burro, e, a partir de 1872, com a construção da Companhia Paulista e da Companhia Ytuana, por via férrea. A chegada da ferrovia e a urbanização, que estavam intimamente atreladas ao ciclo do café, impulsionaram Jundiaí ao desenvolvimento industrial e lhe conferiram grande importância no cenário estadual.

Desde 1994, a estação é administrada pela CPTM, e hoje faz parte da Extensão Operacional da Linha 7-Rubi. Sabe-se que o último trem de passageiros da Companhia Paulista passou por ali em 15 de janeiro de 1999, momento em que o tráfego de passageiros de longa distância terminou. Porém, o transporte entre Jundiaí e Paranapiacaba continua até hoje devido a uma iniciativa turística, e ocorre a bordo de uma locomotiva da década de 1950, totalmente reformada.

VEJA TAMBÉM:

CONCURSO PARA PROFESSOR DA PREFEITURA TERÁ 10 MIL CANDIDATOS