Prevenir também é cortar GASTOS. Não temos mais tempo a perder

GASTOS

Como político e vereador em atuação, não posso negar a realidade atual em que as pessoas exigem melhores serviços a menores custos. Certamente que esse pedido é justo diante de tantas filas e esperas e de estruturas que, muitas vezes, não atendem à necessidade. Porém, essa não é uma evidência apenas do setor público. Planos de saúde privados também já não dão conta do recado e deixam, muitas vezes, a desejar até mais que o Sistema Único de Saúde (SUS) que, em Jundiaí aliás, apesar da alta demanda, possui eficácia e indicadores muito superiores comparados a outras cidades. O que precisamos entender, neste contexto portanto, é que investimentos são urgentes não somente em novas unidades e equipamentos para efeito imediato, mas na prevenção que, a longo prazo, nos fará colher frutos e alcançar finalmente novo cenário de estruturas que atendam toda a demanda. Prevenir também é cortar gastos e não temos mais tempo a perder.

Em 2018, quando discuti meu projeto de lei sobre alimentos ultraprocessados na Câmara de Jundiaí, que previa a regularização do acesso de crianças a produtos com baixa qualidade nutricional, eu também levantei a bandeira com atenção total à prevenção, pois ao cuidarmos da alimentação, sobretudo das crianças e adolescentes, pensamos no futuro e diminuímos os riscos de obesidade e tantas doenças relacionadas a ela que só ganham força com o tempo. Na época, pesquisas do Instituto em Defesa do Consumidor (IDEC) e do Instituto Alana já nos indicavam a relação de meios preventivos com economia e melhor aproveitamento dos recursos públicos na saúde.

Agora, um ano depois, pesquisadores dos Estados Unidos divulgaram estudo, publicado pela revista brasileira Super Interessante e pela revista científica PLOS Medicine, em que eles lançam a ideia de que haja no cartão do sistema de saúde um benefício de descontos para compras na feira: tudo para que as pessoas possam comer de forma mais saudável – e, por tabela, comprar menos remédio e ir menos ao médico. Com o objetivo de identificar estratégias de bom custo-benefício capazes de melhorar a saúde dos americanos, o trabalho simulou o que aconteceria se o sistema de saúde dos EUA cobrisse 30% dos custos da população com alimentos saudáveis.

Segundo reportagem, para isso, para isso, os cientistas consideraram o número atual de pessoas com idades entre 35 e 80 anos que estão inscritas no Medicare e/ou no Medicaid, os dois principais programas federais de saúde norte-americanos. No estudo, então, foram criados dois cenários: no primeiro, o benefício subsidiava 30% do gasto das pessoas com frutas e verduras. No outro, essa porcentagem também incluía cereais integrais, óleos vegetais e oleaginosas (nozes e castanhas).

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Os resultados foram surpreendentes, pois ambas as situações já seriam positivas. O primeiro plano evitaria, por exemplo, ao longo de 18 anos, 1,93 milhão de casos de doença cardiovascular e 350 mil mortes. Já o segundo, que incluía mais alimentos com fontes de fibras e gorduras boas, seria capaz de prevenir 3,28 milhões de episódios de infarto e derrame, além de 120 mil diagnósticos de diabetes e 620 mil mortes em quase duas décadas. No quesito econômico, ambos os modelos reduziriam a utilização dos serviços de saúde. A economia anual para o governo seria de US$ 40 bilhões no primeiro caso, e de US$ 100 bilhões no segundo.

Ao traçarmos um paralelo com o Brasil, certamente também teríamos saldo positivo, porque os recursos economizados poderiam então ser aplicados em novas estruturas e equipamentos tão necessários para atender melhor aqueles ainda em estado crítico de saúde. Menos gastos também não sobrecarregam as prefeituras que, sozinhas, arcam com as contas de seus hospitais públicos como é o caso de Jundiaí e ainda precisam investir em educação, segurança e tantas áreas importantes.

Que esta pesquisa seja valorizada e que possamos mudar a forma de pensar desde já. Enquanto continuarmos a cobrar apenas soluções paliativas, não veremos um cenário diferente nem o progresso totalmente possível, porém, infelizmente cada dia mais distante com as resistências atuais em discutirmos a alimentação. (Foto: Dan Gold)


FAOUAZ TAHA

É vereador na Câmara de Jundiaí pelo PSDB, eleito pela primeira vez nas eleições de 2016. Tem 30 anos. Atualmente é líder do governo municipal na Casa de Leis, além de presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desporto, Lazer e Turismo do Legislativo. Nascido em Jundiaí, Faouaz é formado em Educação Física pela ESEF e tem pós-graduação em Fisiologia do Esporte pela Unifesp. Antes de ser vereador, teve experiência na gestão pública com participação na Secretaria de Esportes


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