No último domingo (12), foi realizada a convenção do PSDB em São Paulo. O momento de especulações sobre o comando do próprio partido; a corrida eleitoral pela presidência do País e seus possíveis nomes até 2018; a fragmentação ou a unidade de uma sigla e o desgaste daqueles que não honraram suas funções partidárias ou públicas é o que nos permeia. No entanto, presente na convenção, também percebi a força dos jovens, a mobilização de grupos e a vontade de muitos em exercer a democracia. O que é a democracia se não a possibilidade de escolha entre as divergências? Em meio às forças e fragilidades evidentes, um cenário aparentemente confuso e descrente só reforça ao PSDB a necessidade de uma retomada: o Brasil que queremos aponta para a nossa origem, para os princípios sociais alinhados ao desenvolvimento econômico que o partido sempre defendeu.
O PSDB nasceu em 1988, fruto de um contexto de redemocratização do País, de releitura política após longo período de regime militar e de uma base que nunca deve ser esquecida. Somos filhos de uma sigla que cresceu com grandes nomes, lideranças intelectuais, transformadores públicos e políticas voltadas sim à sociedade. Somos filhos do Plano Real que nos trouxe, em meio a tanta instabilidade, alguma segurança econômica e prosperidade. Somos filhos, portanto, de quem entendeu e provou que só o avanço econômico nos permite avanços sociais. O Brasil que queremos é este mesmo daquela época, no sentido daquele que olha para os problemas com propostas e busca meios de se reerguer. O Brasil que queremos é aquele mesmo de vanguarda, que dá força aos jovens e conteúdo para que eles possam somar.
Hoje, temos 14 milhões de desempregados e um cenário instável a enfrentar novamente. Não podemos ficar reféns da simples polarização de ideias ou das barganhas para que reformas nacionais avancem. Como boa parte dos tucanos, defendo a saída do partido do governo Michel Temer (PMDB) como forma de dar vazão a este resgate das origens, da luz própria que o PSDB sempre teve e ainda tem nas principais discussões do País e na forma de conduzir o Brasil para os seus potenciais.
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Certamente, na história, não há acertos a todo tempo, mas a democracia nos permite, justamente, o debate, os grupos diversos, a revisão e as escolhas. O PSDB escolheu participar e, agora, depois de dois governos presidenciais, da força em diversos governos estaduais, do enfrentamento de perdas eleitorais e nomes que não honraram seus princípios, como do senador Aécio Neves, é hora de corrigir. A disputa interna, sempre exacerbada por alguns veículos de comunicação, é saudável e nos mostra que frentes plurais pensam o partido e dão as cartas na tentativa desta correção.
Nesta mesma convenção que envolveu as forças internas do PSDB, fui eleito um dos vice-presidentes da Juventude Tucana do Estado de São Paulo. Vi o respeito pelo interior e essa vontade – sejam das novas lideranças, quanto de nomes tradicionais – por uma retomada. Agradeço imensamente pela oportunidade e por encontrar espaços que me permitam caminhar da maneira que acredito: com qualidade e conteúdo.
Por esse resgate de valores, eu caminho. Junto à população, o PSDB pode mostrar que sua origem continua pujante e que a força da juventude, sobretudo, não é o futuro, é o agora! (foto acima: Mikael Kristenson)
FAOUAZ TAHA
É vereador na Câmara de Jundiaí pelo PSDB, eleito pela primeira vez nas últimas eleições municipais de 2016. Tem 29 anos. Atualmente é líder do governo municipal na Casa de Leis, além de presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desporto, Lazer e Turismo do Legislativo. Nascido em Jundiaí, Faouaz é formado em Educação Física pela ESEF e tem pós-graduação em Fisiologia do Esporte pela Unifesp. Antes de ser vereador, teve experiência na gestão pública com participação na Secretaria de Esportes e no Parque da Cidade.