Se o impeachment de Jair Bolsonaro não é prioridade neste momento para o ex-deputado Miguel Haddad(PSDB), no caso da reeleição do governador João Doria, o político de Jundiaí não arrisca fazer previsão. “A reeleição de Doria é uma resposta que cabe ao eleitor”, argumenta. A segunda parte da entrevista com Haddad, agora dando ênfase às medidas adotadas pelo Governo de São Paulo:
Como o senhor vê as ações do Governo de João Doria. Ele acerta ao impor medidas impopulares como decretar as fases vermelha e emergencial?
Os fatos falam por si. A providência que levou à produção da Coronavac revelou-se uma ação salvadora. O problema são as paixões políticas que obscurecem a visão dos fatos. Paixão é para torcida de time de futebol. A política, por sua importância na vida das pessoas, tem de ser vista sob uma ótica mais racional, baseada em fatos. As ideologias não podem sobrepor-se aos fatos.
Não poderia haver um meio termo, medidas mais flexíveis que não prejudicariam tanto os comércios tidos como não essenciais?
Como disse antes, a prioridade deve ser o combate à pandemia. É preciso criar linhas de crédito para pequenos e micros empresários e atender aos mais pobres nas suas necessidades mais básicas, como a oferta de alimentos e do auxílio emergencial.
O ônus eleitoral para os tucanos nas eleições de 2022 poderá ser a perda do Palácio dos Bandeirantes?
Como sempre, a resposta a esse tipo de indagação tem de ser dada pelo eleitor.
Recentemente, Doria e Bruno Covas se estranharam por causa da decretação de um feriadão na capital. Isto não demonstra que há um racha dentro do PSDB?
Não, isso não significa um racha no partido. São opiniões divergentes que estão postas para serem debatidas.
IMPEACHMENT DE JAIR BOLSONARO NÃO É PRIORIDADE, DIZ MIGUEL HADDAD
O senhor é um articulador do partido na região. Já foi chamado pelo governador ou algum secretário por conta da crise provocada pela Covid 19? O senhor está desenvolvendo algum trabalho especial relacionado à pandemia?
No fim de março, acompanhado de prefeitos das cidades vizinhas, participei de um almoço com o governador. Nesse encontro tratamos dos encaminhamentos de questões locais. Faço parte também, desde 2019, do conselho que discute as ações do governo estadual. É verdade que a pandemia é sempre um entrave para fazer avançar qualquer questão, mas a máquina administrativa segue operando apesar desses empecilhos. É bom ver que São Paulo, mesmo em meio a essa calamidade, funciona.
Será candidato nas próximas eleições? Tentará a Câmara dos Deputados novamente ou a Assembleia Legislativa de São Paulo?
Sei que é uma resposta batida, praticamente um chavão, mas o fato é que não tomei nenhuma decisão nesse sentido.
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