Anos 80: Sempre vale a pena ouvir de novo SANDRA GROTH

SANDRA GROTH

Sandra Groth foi uma pioneira. Ao lado de Mônika Venerabile, ela foi uma das primeiras mulheres a comandar programas nas FMs de São Paulo. Sandra, na Rádio Cidade(96,9). Mônica, na Jovem Pan(100,9). Apesar da proximidade no dial e também no endereço físico já que as emissoras ficavam na avenida Paulista, as duas eram concorrentes nos anos 1980, há quatro décadas, portanto. Isto ocorreu quando as duas emissoras tiveram a mesma ideia praticamente ao mesmo tempo: colocar uma dupla no ar. Sandra ri ao lembrar desta história. Coincidência só para os ouvintes. Ela acha que houve um ‘vazamento’ já que a Cidade FM tinha tudo pronto para estrear o programa com ela e Tavinho Ceschi, que acabou também trabalhando na televisão. Tirando este episódio, a locutora não tem do que reclamar. Aqueles foram bons tempos. Ela cansou de ganhar prêmios e elogios, principalmente pelo programa Vale a Pena Ouvir de Novo, que misturava a leitura de cartas de amor e músicas pra lá de românticas. Hoje, Sandra Groth trabalha na 105 FM, em Jundiaí. A entrevista com ela:

Como foi o início do seu trabalho na Cidade FM?

Eu trabalhava à noite, nos fins de semana, cobrindo folgas. Daí veio o projeto de formar uma dupla. Seria o programa Geração Cidade, comigo e o Tavinho(abaixo), que é uma figura espetacular. Foi um boom. Foi sensacional. Mas antes, foi uma correria para colocar o programa no ar. A ideia vazou(risos)…

Como vazou?

A ideia de uma dupla no ar nasceu na Cidade FM. Mas vazou. Na época a Monikiquinha Venerabile estava na Pool, que depois viria a se tornar a 89, a Rádio Rock. Quando a ideia vazou, a Mônika foi parar na Jovem Pan e fez dupla com o Emílio Surita. Foi muito bom isto ter ocorrido. Estes programas criaram uma nova cara para as rádios.

Havia rivalidade entre vocês?

Na verdade tivemos um grande estímulo para trabalhar. Era bom competir com a dupla da Pan. Na época não havia 50 milhões de FMs como hoje. Havia rivalidade mas quando a gente se encontrava em festas era tudo de bom. Rivalidade só no ar. A nossa pegada era diferente da deles.

E o Vale a Pena Ouvir de Novo?

Este foi um programa com esquema imbatível. Dava sete pontos no Ibope. Isto não existe mais. Era um fenômeno. Foi muito gostoso apresentá-lo. Foi um aprendizado. Lembranças maravilhosas…

As FMs estão melhores ou piores?

Continuam sendo rádios. As pessoas mudaram. A política mudou. O rádio também teve de se renovar, se reposicionar. Surgiram novas maneiras de fazer a locução, de dar a informação e também a preocupação com o posicionamento no mercado. Naquela época era diferente. Vivíamos outra situação. Creio que os anos 80 foram a época do glamour do rádio…

Dá para explicar por que surgiram tantas bandas e tantos cantores bons naquele período?

É verdade. No anos 80 surgiram muitas bandas boas. Talvez pela trajetória diferente dos artistas. Era uma geração diferente. Daí tivemos Legião, Capital, Titãs, Ira. Eram artistas que vinham de outro momento político. Esta é a grande diferença. Eles tinham uma visão em cima da questão política já que o Brasil estava saindo da ditadura. Os cantores e bandas queriam liberdade de expressão. As pessoas queriam falar, gritar, mostrar o que estavam pensando. Todos queriam abertura política. E isto influenciou a música.

Dá para escolher os três melhores artistas ou bandas da época?

Isto é muito difícil. Teve muita gente boa. Foi uma revolução musical. Todos tiveram importância, fizeram uma transição musical…

Você conheceu muitos artistas?

Sim! Eles iam na rádio. Faziam parcerias para os shows. Tive contato com artistas tanto no AM como no FM. No AM conheci muitas duplas sertanejas como Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó, João Paulo e Daniel. Também conheci artistas de outras épocas como Wanderley Cardoso e Jerry Adriani. Na FM conheci a Cindy Lauper, Tina Turner, o Rod Stuart, Cazuza…

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Como era sua relação com o público?

Harmoniosa. Para o profissional que está com o microfone é sempre preciso lembrar que o ouvinte parou para ouvir o que você está dizendo. Alguém está acreditando em você. É uma grande responsabilidade passar uma informação, aquilo que se diz…(Entrevista originalmente publicada em novembro de 2019)

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