Sonho, sonho meu… O que você quer dizer pra mim? Não rimou, mas essa é uma pergunta que muitos de nós fazemos. O que é o sonho? Porque ele é tão confuso? Porque não me lembro da maioria deles, ou me lembro parcialmente? Qual o seu significado?

Esta última pergunta fez (e faz) algumas pessoas ganharem bastante dinheiro.
Vou contar alguns dos meus sonhos e fiquem à vontade para me contar sobre os seus também.

Um sonho recorrente que eu tinha, quando jovem, era com o diabo. Eu ainda não tinha repertório suficiente para acreditar ou não nele, mas minha bisavó (na época morava conosco) era do Sagrado Coração de Jesus e acreditava piamente nele, contando histórias de arrepiar.

Eu sonhava com ele sentado na minha cama, tão grande que seus joelhos tocavam seu queixo. Com ele falando comigo através de uma samambaia que tínhamos na sala (não preciso dizer que eu odiava aquela planta e até hoje tenho restrições com esse tipo vegetal).

Outros, diferentemente do anterior, eu amava. Adorava sonhar que estava voando. A sensação é tão boa!

Bons sonhos eram poucos. Eu tinha mesmo pesadelos: que meus dentes caíam, que estava nua na rua, correndo de perseguidores. O fato é: muitas vezes acordava cansada pelo desgaste emocional que meus sonhos causavam.

Com o passar do tempo, os temas mudaram. Hoje quase não tenho mais pesadelos.
Por que será que mudaram? De novo: o que os sonhos significam? Vamos entender primeiro o que é o sonho e depois vocês tirarão as suas próprias conclusões.

Pesquisadores renomados debruçam-se em indagações acerca do assunto, como o Dr. Bill Domhoff, que conseguiu montar um “banco de sonhos online” com suas pesquisas. De fato, ele concluiu que os sonhos são representações de nossos medos, anseios, inseguranças, preocupações, desejos, como dramatizações de todos esses sentimentos e, pasmem, representam apenas 1% de todo o conteúdo que sonhamos, ou melhor, a parte que lembramos. Os 99% restantes ficam ocultos em algum lugar de nossa mente.

Uma coisa muito interessante sobre o sono é que o tônus muscular desaparece completamente enquanto dormimos, pois nossos sonhos são muito ativos e não seria seguro para nós ter muitas ações físicas se não estivermos alertas.

Foi o fisiologista Eugene Aserisnky, da Universidade de Chicago, em dezembro de 1951 que começou a responder muitas das questões sobre os sonhos, estudando seu próprio filho dormindo conectado a um aparelho de eletroencefalograma.

Foi o mesmo pesquisador que observou a fase REM (rapideyemoviment) em uma brusca alteração de ondas registradas, e que ela se repete a cada 90 minutos. Se acordarmos logo após essa fase, nos lembramos com bastante detalhes do sonho que acabamos de ter, mas isso não significa que nas outras fases não sonhamos.

Vários pesquisadores e diversos estudos depois produziram uma série de teorias sobre a função dos sonhos, como por exemplo a simulação de ameaças: ao lutar com leões, enfrentar o demônio, se esconder de ladrões ou responder ao chefe (entre tantas outras) é como se fosse um “treino”, uma prática da vida real. Mesmo que não se lembre conscientemente, a experiência ficará registrada no cérebro, mantendo o mesmo alerta e em forma para responder a essas situações.

Outra teoria é a da consolidação da memória. É como se o cérebro tentasse vincular as experiências reais como lembranças nas estruturas físicas do cérebro, provocando os sonhos. Duas coisas que precisam se relacionar, mas de forma independente.

Os sonhos também poderiam ser uma tentativa de reduzir o medo de nossos mais íntimos temores e ao falhar nessa missão provocaria os fatídicos pesadelos, aumentando ao invés de reduzir o medo.

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Há quem diga que são premonitórios. Esqueça. Um estudo que avaliou os sonhos de leitores de um jornal britânico ao longo de 15 anos e comparou com o noticiário, concluiu que eles não tiveram relação alguma.

Uma coisa é fato: se pudéssemos ter acesso aos sonhos uns dos outros, poderíamos descobrir de quem gostamos, quem odiamos, nossos interesses, como um retrato psicológico, ou mais recentemente: “pegadas digitais de nossa mente”.

Interessante não é mesmo?

Sabe como me livrei dos sonhos com o diabo? Me perguntei “quem” era ele e o que ele queria comigo na vida real. Assim que descobri isso, nunca mais ele apareceu nos meus sonhos. Ponto para mim. Zero para o capeta.

Sonhar é acordar-se para dentro. Mario Quintana.(Foto: www.radio2.si)


ELAINE FRANCESCONI

Bacharel em Zootecnia (UNESP Botucatu). Licenciatura em Biologia (Claretiano Campinas). Mestrado (USP Piracicaba) e doutorado (UNICAMP Campinas) em Fisiologia Humana. Professora Universitária e escritora.


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