Nestes quatro meses de busca pelas histórias de crianças retiradas das famílias por ordem judicial, o Jundiaí Agora (JA) se deparou com um pouco de tudo. Muitas lágrimas, mulheres desequilibradas, sentimento de impotência, desconfiança e necessidade de continuar acreditando. Eram reações esperadas. O que surpreendeu mesmo foi o silêncio que vez por outra apareceu e não permitiu que se revelasse o que ocorreu aqui ou na Europa há duas décadas.
Camila Liliù (foto principal) é um dos casos de tentativas de dezenas de contatos ignorados. Ela mora na Itália e é conhecida de outra jovem que foi retirada da família pela Justiça de Jundiaí e que teve a história aqui contada. Além dos contatos do JA, a amiga e o marido dela também entraram em contato com Camila para que ela revelasse detalhes de sua adoção. Sabe-se que Camila encontrou parentes brasileiros nas redes sociais, há alguns anos. Não foi possível localizar os familiares dela.
No dia 24 de abril de 2014, Regiane Souza Santos entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí. Ela contou que na época tinha 23 anos e a família morava em Campo Limpo. Com oitos anos, segundo o que a Prefeitura divulgou na época pelas redes sociais, Regiane teria sido deixada em um orfanato para adoção. Uma família de Cremona a adotou. A jovem queria reencontrar os parentes.
Na época, os jornalista da Prefeitura fizeram uma campanha pelas redes sociais e divulgaram o post abaixo na tentativa de ajudar a jovem jundiaiense que mora na Itália. E deu certo.
No início de maio, a família de Regiane foi achada. Mais uma vez a assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí divulgou a notícia pelas redes sociais: “pessoal, vocês lembram da história da Regiane Souza Santos, que publicamos no dia 24? Então, é com muita alegria que damos essa notícia: a jovem, que mora na Itália, encontrou sua família brasileira, graças aos mais de 17 mil compartilhamentos do post. Vamos compartilhar essa vitória! Valeu, a cada um de vocês!” .
Hoje, a família de Regiane mora em Jarinu. O Jundiaí Agora (JA) conseguiu falar várias vezes com a irmã dela. Em todas, a jovem disse que não contaria o que tinha acontecido, afirmou que a mãe também não falaria e se negou a passar contatos de Regiane. Ela argumentou que a jovem não gosta de “aparecer”, o que é contraditório já que a família de Regiane foi encontrada justamente por sua exposição no Facebook. O JA tentou localizar a jovem e não obteve sucesso.
Agora, a foto deste rapaz está circulando pela internet (ao lado). O texto diz que ele se chama Claudemir Moreira Marcial e que teria nascido em 1995, em Jundiaí. Hoje viveria na Alemanha. O post foi enviado várias vezes por internautas que acompanham a série ‘Adotados à Força’. Claudemir teria irmãos e irmãs que também foram retirados pela Justiça. Porém, ninguém que participou desta corrente do bem, repassando a mensagem para outras pessoas, o conhece de fato. Ele pode realmente ser mais uma das crianças adotadas por estrangeiros ou a foto não passa de uma brincadeira de mau gosto com um dos episódios mais polêmicos da história de Jundiaí.
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