Universitária afirma ter sido vítima de RACISMO no terminal central

Uma estudante universitária do curso de enfermagem registrou boletim de ocorrência contra um funcionário do terminal central de ônibus de Jundiaí (foto ao lado). Ela diz que um controlador de acesso afirmou, gritando, que “os pretos são uma raça de vagabundos e desonestos e se realmente ela fosse estudante, não estaria usando aquelas roupas nem carregando um vaso com mato”. O 7º Distrito Policial registrou um boletim de injúria racial. O crime de racismo é inafiançável e imprescritível. A injúria está prevista no artigo 140 do Código Penal e determina pena de reclusão de um a três anos e multa, além da pena correspondente à violência para quem cometê-la.

A. conta que saiu da faculdade, no centro da cidade, por volta das 22h30. Ela carregava o vaso com plantas que foi usado na última aula. Junto com duas colegas, ela chegou até o terminal. “Paguei a passagem e fui em direção ao ônibus. Foi quando dois funcionários vieram atrás de mim. Pensei que não poderia ser comigo já que eu tinha pago”, disse.

Quando a estudante entrou no ônibus, os dois homens passaram a dizer que ela não iria permanecer já que não teria pago a tarifa. “Eu disse que tinha pagado e que iria embarcar sim. Além disto, se eu pagasse iria mostrar para ele que realmente estava tentando entrar de forma desonesta. Algumas pessoas chegaram a me defender, mas eles continuaram gritando”.

A universitária resolveu descer do ônibus “para não prejudicar os outros passageiros”. De acordo com ela, um dos funcionários passou a colocar o dedo em seu rosto. Foi neste momento que ele teria chamado os negros de desonestos e teria feito menção às roupas que ela usava e ao vaso que carregava. “Ele disse que eu provavelmente tinha roubado para estar com as roupas que vestia naquele momento. Eu não tinha de provar nada para ele. Só queria ir embora. Ele continuou me ofendendo. Tentava entrar no ônibus e ele me impedia. Se eu tentava sair do terminal, ele me cercava. Fiquei ali até as 11h20, quando telefonei para a minha mãe e ela veio me buscar”, informou.

 

A. afirmou que se sentiu extremamente constrangida com tudo o que ocorreu no terminal central. Tanto que ela teria feito, ainda na noite de quinta-feira, um boletim pela Delegacia Virtual da Polícia Civil. Ontem à tarde, ela decidiu ir até o 7º DP. Agora ela tem seis meses para se manifestar e, desta forma, o caso ter continuidade.

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