Não há dúvidas de que a escrita diferente é mais apreciada, pois é menos formal, foge ao cotidiano e, às vezes, impacta. Quando escrevi sobre a cura através do transplante de fezes fiquei contente com o retorno. Muitos informaram que aprenderam com o texto, apesar de ser uma utilidade asquerosa. Outros que já tinham ouvido falar, mas não tinham informações, etc. Isso é prazeroso para quem escreve. Tentei passar o avanço da Medicina.
Terminei o texto indagando se haveria interesse em conhecer a validade da barata ou da gosma das lesmas para a saúde. Fiquei curiosa para saber a opinião dos leitores do Jundiaí Agora!
Pois não é que houve interesse? E lá fui eu pesquisar esses assuntos excêntricos!
Ao pesquisar sobre a Periplaneta Americana, descobri um potencial que deveria ser estudado com acuidade cartesiana pela ciência! Pois a pesquisada é mais potente do que um tanque de guerra! Vejam:
A barata tem duas mil lentes nos olhos. Nós só temos uma!
A audição é tão sensível que detecta os passos de outro inseto se aproximando!
A carcaça de quitina é muito resistente.
Tem cercis (pequenos pelos) nas duas patas traseiras que funcionam como aparelhos birutas,capacitando-a a perceber o mínimo deslocamento de ar.
Tem antenas supersensíveis na cabeça, capazes de perceber cheiro e calor à distância, como do ser humano, por exemplo.
Se for atacada e partida, a carcaça poderá se regenerar, assim como são capazes de regeneração as patas e antenas.
Fica, quase que permanentemente, com ovos e estes são capazes de se desenvolverem, mesmo depois da morte da mãe.
Um novo estudo do seu genoma mostrou que é difícil matá-la porque tem estoque massivo de genes.
A Biologia provou que os primeiros ancestrais dela existiram há mais de 300 milhões de anos e que é a espécie sinantrópica mais resistente que existe!
Os inseticidas comuns, vendidos em supermercados, têm dificuldade para matá-las!
Elas crescem rápido e se adaptam com facilidade ao ambiente, quer seja frio, quente, úmido ou seco.
Refletem radiações eletromagnéticas.
Visto isso, a barata é, ou não é,tão potente quanto um tanque de guerra?
O biólogo, escritor e professor Claudio Cunha, por mim consultado, informou que há vários tipos de baratas. Citarei só dois exemplos: a barata do mato, que não se adapta à cidade e é um inseto inofensivo; e a barata urbana, que coevoluiu com os seres humanos, alimentando-se de resíduos sendo, a sua cadeia alimentar, a nossa sujeira.
Agora pasmem! As baratas urbanas são investimentos bilionários na China! Há 100 fazendas que as criam para conseguirem proteínas, abastecerem o mercado internacional de cosméticos, de medicamentos para a cura da Aids, da calvície, de vários tipos de câncer – com destaque para o câncer de estômago – úlceras e fabricação de ração animal em larga escala para exportação.
Essa indústria é deveras lucrativa e gera milhões, exportando os produtos para o mundo todo! Há, também, indústrias que as criam para alimento humano, usando a transformação da matéria para obterem proteínas valiosas!Só uma dessas fazendas cria 3,4 milhões de insetos!
O proprietário de uma delas, Wang Fuming, declarou que as pessoas riam e debochavam dele quando começou a criar esses insetos; hoje é rico, respeitado e admirado!
O chinês Li Shum, professor da Universidade de Medicina, é considerado o pai das pesquisas com esses insetos porque descobriu uma pasta de barata que cura a tuberculose.
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O uso dessas proteínas nos cosméticos e remédios não é divulgado porque, devido a repulsa das pessoas pelo inseto, não haveria consumidores. Assim, são postos no mercado com informações científicas cuja origem, nem de longe, poderá ser descoberta.
Então, quando comprar um excelente produto importado, seja para rejuvenescer, curar a calvície ou a sua úlcera gástrica, ignore a procedência, valerá o resultado! Quanto a outra pesquisa, aguarde!(Foto: phindie.com)
JÚLIA FERNANDES HEIMANN
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.
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