No dia 15 de novembro, em solenidade que contou com o governador Geraldo Alckmin, foi entregue a primeira etapa das alças da via Anhanguera, facilitando o acesso do motorista que está na avenida Nove de Julho à rodovia. O Jundiaí Agora convidou um engenheiro que trabalhou em obras importantes no Brasil todo para avaliar o Complexo Viário Ary Fossen.  O profissional preferiu não ser identificado. Ele apontou as virtudes e defeitos da obra gerenciada pela CCR Autoban e, ao final da caminhada, disse ter ficado com a sensação de que as alças foram concluídas às pressas.

Entre as virtudes, ele destacou a instalação de um grande amortecedor colocado nas defensas, no trecho que separa a marginal e a alça. Trata-se de um equipamento que ameniza um possível impacto. Ele também disse que as junções das placas de concreto dos dois viadutos, que podem ser vistas quando se caminha pela marginal, foram muito bem feitas. O engenheiro elogiou ainda a ciclovia, principalmente no trecho que se inicia perto do Residencial Anchieta, apesar de algumas poças de água da chuva.

Com as observações dele, o Jundiaí Agora enviou vários questionamentos para a Autoban. No próximo domingo serão publicadas as respostas da Prefeitura para a parte da obra que feitas pelo município. As perguntas e as respostas da assessoria de imprensa da concessionária do sistema Anhanguera-Bandeirantes:

Flagramos, em vídeo, um carro na contramão em plena alça. Ao chegar ao viaduto que dá acesso à rodoviária, o motorista resolveu descer, sentido residencial Anchieta/Anhanguera. Já viram outros casos nestes primeiros dias já que a maioria desconhece as alças? Falta sinalização? Se sim, pretendem reforçá-la ou foi um caso isolado?

Toda sinalização implantada atende às normas de sinalização do DER, estando totalmente adequada ao dispositivo. As ações de fiscalização competem ao DER e à Polícia Militar Rodoviária.

Nas ciclovias observamos várias poças de água provenientes da chuva, o que irá, com o tempo, causar danos. Já tinham percebido? Deverão revisar estes pontos?

Ao término da obra, são realizadas diversas verificações posteriores, cujo objetivo é realizar ajustes e melhorias que só podem ser verificadas à medida que os empreendimentos são utilizados pelos usuários. Estes itens constam do checklist final e se necessários serão corrigidos.

Nos dois viadutos há proteção (tela) apenas de um lado. Uma colisão envolvendo motos, os pilotos podem cair na Anhanguera. Suicidas conseguirão se jogar na estrada facilmente. Isto sem contar vândalos que podem jogar pedras nos carros. Por que só colocaram telas de um lado do viaduto? Vão proteger o outro lado também?

Todos os viadutos do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, inclusive os novos do trevo da Avenida Nove de Julho, possuem barreiras de proteção laterais em ambos os lados, conforme determinam as normas de engenharia rodoviária. Como proteção adicional e por iniciativa da própria concessionária, nos lados onde há passeio de pedestres (calçadas para travessia) foram instaladas telas de proteção.

 

Esta área, que fica bem ao lado do viaduto de saída do terminal, pode servir de esconderijo para criminosos. É grande e tem muitos lugares para se esconder. Pedestres disseram que o local era usado por caminhões nas obras. De fato a entrada dele parece ter sido feita para um veículo de grande porte. É possível colocar uma tela nesta ‘entrada’?

Não está prevista a instalação de telas neste local. A concessionária monitora constantemente o local, seja por meio das viaturas de inspeção rodoviária, ou a partir das câmeras de circuito fechado de televisão. Importante destacar que as ações de Segurança Pública são de atribuição exclusiva do Estado, não delegados a Autoban.

 

Aliás, esta área e também a outra, perto do outro viaduto, não contam com árvores. Vão plantar mudas?

Não haverá plantio de árvores no trevo. A compensação ambiental da obra prevê o plantio de 20 mil mudas de espécies nativas dentro do Programa “Nascentes Jundiaí”, em áreas dos bairros Roseira e Caxambu, além da recuperação de áreas na Serra do Japi.

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O EFEITO ALCKMIN NA CABEÇA DOS POLÍTICOS DE JUNDIAÍ

Vários taludes apresentam placas de grama caindo. O engenheiro disse que o terreno é muito arenoso e íngreme. O ideal seria ter utilizado jateamento de hidrosemeadura e não grama (que segundo o engenheiro seria algo mais barato, inclusive). Por que não utilizaram esta técnica? Ainda sobre taludes, vários deles não apresentavam junto ao chão a ‘meia cana’. Pretendem rever isto?

Em relação ao revestimento vegetal, este item consta do nosso checklist e será corrigido. A grama foi recém-plantada e está no processo de ‘pega’. A concessionária está monitorando e a expectativa é de que o período chuvoso, que está por chegar, ajude a consolidar o processo de ‘pega’. A opção por placas de grama esmeralda se deu por ser melhor tecnicamente e com ‘pega’ mais vistosa e profunda das raízes. A grama esmeralda, inclusive, tem sido utilizada em vários pontos do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, com resultados positivos. A rede de drenagem utilizada, a partir de tubulação retangular, é de capacidade superior à ‘meia cana’. Sobre ela, foram instaladas grelhas de concreto, solução que não oferece desnível junto ao passeio por onde há circulação de pedestres, o que não seria possível com a utilização de meia cana.

Por que utilizaram vigas de ferro sob o viaduto, assim como nas transversinas? Elas receberam tratamento adequado já que estão aparentando ferrugem? Por que não usaram concreto?

As vigas e as transversinas em aço foram utilizadas em virtude das características do vão sobre a rodovia. Foi utilizados aço patinável, também conhecido como Corten. Ele possui em sua composição elementos que melhoram as propriedades anticorrosivas. Ao ficar em exposição, o aço desenvolve uma película de cor avermelhada (que aparenta ferrugem) aderente e protetora, chamada pátina, que reduz a velocidade de agentes de corrosão presentes no meio ambiente. Este tipo de aço é muito utilizado na construção civil e apresenta, em média, três vezes mais resistência que o aço comum.

Entre os taludes e o viaduto há espaços que, apesar de pedras pontudas, podem ser usados como moradia de mendigos. Aliás, num dos viadutos encontramos roupas e espuma que serve de colchão (foto principal). Pretendem fechar o local?

Não está previsto o fechamento do local. Foram instalados dispositivos chamados “Cama de Faquir” para impedir que o local seja utilizado por pessoas em situação de rua. A Concessionária monitora constantemente o local, seja por meio das viaturas de inspeção rodoviária, ou a partir das câmeras de monitoramento de tráfego, e quando necessário aciona as entidades assistenciais e de segurança pública.

Na marginal, por que há trechos com defensas metálicas e outros não. Segundo o engenheiro que acompanhou a reportagem, locais que realmente precisariam de segurança estão sem as defensas…

Para trechos onde a velocidade máxima da via é de até 60 km/h, como acontece na pista marginal da Via Anhanguera, as normas de engenharia rodoviária não exigem a instalação de dispositivos de contenção como defensas, por isso há trechos da via marginal que não possuem este tipo de dispositivo.

A marginal não tem acostamento. Qual a orientação que dão para os motoristas que tiverem problemas mecânicos e precisarem parar o veículo na marginal?

As pistas marginais possuem características predominantemente de tráfego urbano com velocidade máxima regulamentada de até 60 km/h. Para pistas marginais nestas condições, as normas de engenharia rodoviária não exigem implantação de acostamento. A orientação é, quando possível, sinalizar a ocorrência e sempre informar a concessionária, que destinará os recursos necessários para o atendimento.

A faixa de segurança bem na saída da marginal para o viaduto não está num bom local. Os motoristas não têm visão dos pedestres. Há projeto de mudá-la de lugar? Pretendem colocar ainda redutores de velocidade nas proximidades da faixa?

Se respeitadas as normas de circulação e velocidade regulamentadas, todas as faixas foram implantadas em locais visíveis tanto para motoristas quanto para pedestres. Não há previsão de instalação de redutores de velocidade neste local.

Ainda na marginal há uma emenda de asfalto que fazem os motoristas se assustar. O veículo sobe e desce rapidamente. Pretendem fazer algo a respeito.

O pavimento neste local será avaliado e, caso necessário, será feita intervenção no local.

No sentido viaduto há um grande trecho com alambrado e grades. Por que essa área esta duplamente protegida? Não poderiam tirar a grade e colocá-la em outro ponto mais necessário?

O alambrado instalado junto ao passeio do novo dispositivo é responsável por delimitar a faixa de domínio estadual da faixa de domínio do município. Este tipo de cerca é utilizado em vários trechos das rodovias com o mesmo objetivo. Já a cerca localizada metros acima é de responsabilidade do proprietário da área.


OS TRÊS PONTOS ELOGIADOS PELO ENGENHEIRO:

Amortecedor gigante
Ciclovia
Encaixe das placas de concreto