Realizar um bazar de roupas, sapatos e acessórios seminovos ou novos, para esta ou aquela instituição, reúne diferentes pessoas. Começa pela própria instituição, que se dispõe a atuar em favor de algum segmento com dificuldade. Em seguida, a mídia é imprescindível, não apenas para formar a imagem perante a opinião pública, mas também para divulgar os eventos que colaboram na manutenção da entidade. A Associação “Maria de Magdala”, no caso, há 21 anos, trabalha com mulheres em situação de vulnerabilidade social e possui olhar para os filhos e netos. São mulheres de infância e adolescência difícil, muitas delas vindas de regiões distantes à procura de dignidade. A maioria é filha da miséria de periferias dos diversos Estados, que não passou ou pouco passou pela escola, de mãos com mínimo desenvolvimento motor para cuidar das asas da esperança e de costas curvas pelas chicotadas de sua história.

Retornando ao bazar.  Por primeiro, vêm os seres humanos generosos, que se dispõem a doar as peças novas ou seminovas. Os voluntários que separam as peças, colocam o preço, montam o bazar e os que no dia se encontram lá para a venda. E chegam os compradores, gente de coração bom igualmente e, muitos deles, em função de nossos preços serem acessíveis, aproveitam para adquirir o que necessitam e não conseguem por dificuldades financeiras, obter.

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Somando tudo, pode parecer uma experiência consistente de humanidade, porém há quem destoe. No último bazar da Magdala, realizado nos dias 10 e 11 de maio, no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Vila Arens – gentilmente cedido -, além de dar por falta de algumas peças novas, houve outra situação de desonestidade. As peças que custavam R$ 2 não estavam etiquetadas, mas nas demais constava a etiqueta com o devido preço.  No banheiro, onde experimentavam as roupas, inúmeras delas arrancadas e jogadas no chão, para pagarem somente os R$ 2. Lamentável! Quem estava no caixa e participara da colocação dos preços, identificou peças de rótulos arrancados, porém ficaria desagradável questionar o (a) comprador (a). Uma vergonha!

Infelizmente, teremos que endurecer as regras nos bazares, porque existem larápios interessados neles.

 

DESAGRADÁVEISMARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de vulnerabilidade social.