Vivências com TRAGÉDIA

Vários pais foram vítimas de vivência com tragédia dos filhos, a partir de um grupo virtual batizado de “The H4ters”, conforme reportagem da revista Veja do último dia quatro de abril. O grupo, que possui quatro fundadores, todos menores de idade, de lugares diferentes: Goiás, São Paulo, Rondônia e Amazonas, arregimenta jovens deprimidos nas redes sociais e os incentiva a tirar a própria vida. Já aconteceram quatro mortes assim, a partir de 13 anos, e da seguinte maneira: dois enforcamentos e duas quedas propositais de edifício. Dentre as frases do “The H4ters”, destacadas pela polícia: “Hoje é dia de suicídio. Quem começa”?

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Muito interessante, na mesma matéria, a entrevista com a psicoterapeuta Karina Okajima Fukumitsu, especialista em prevenção de suicídio. Segundo ela, a solidão deixa os jovens frágeis e é capaz de alterar a percepção de que a morte é algo ruim e definitivo. De acordo com Fukumitsu, as redes sociais podem acelerar o isolamento dos jovens do mundo real, o que os deixa mais vulneráveis à influência do mundo virtual.  Além da necessidade de pertencimento do adolescente e, no caso, o “The H4thers” consegue trabalhar bem essa questão, embora seja para o mal, a psicoterapeuta afirma: “A partir de 12 anos, o jovem tem consciência da morte. Mas vivemos na era dos jogos virtuais, em que a morte, mesmo violenta, pode resultar na volta do jogador, às vezes ainda mais forte. Isso compromete a compreensão desses jovens a respeito do fenômeno. Não é algo comum, mas acontece”. Quanto aos sinais de risco, denominado fase de “morrência”, temos a automutilação nos braços e nas partes do corpo que podem ser cobertas com roupas, irritabilidade excessiva, agressividade verbal, conversa com mais interesse sobre o suicídio de terceiros.

Tudo isso é tão grave! Atenção, pais, acompanhe bem de perto a sua filha, o seu filho na internet, no computador e no celular. Observe, além das conversas e dos grupos, os jogos com que eles se envolvem. Não permita que o virtual assuma a história de seu filho e a torne macabra.


MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de vulnerabilidade social. Acesse o Facebook de Cristina Castilho.