Golpes da Imobiliária(2): CRECI faz denúncia ao Ministério Público

Para os policiais do 4º Distrito Policial, na avenida Fernando Arens, em Jundiaí, que assim como os colegas do 7º DP nutrem repulsa por Ana Paula Calçavara Favaro Soares de Oliveira, é óbvio que ela decidiu fechar a imobiliária Imperial, no bairro do Anhangabaú, e abrir outra, a Imediatta, em um edifício da rua Vigário JJ Rodrigues, 21, na vila Arens, por causa das inúmeras denúncias (reprodução do site acima). Mesmo assim, Ana Paula, ou ‘Paola’, continuou a publicar post provocativos (segundo as vítimas) e aplicar golpes (de acordo com os investigadores). O que ninguém sabia – inclusive os policiais das duas delegacias – era que o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo, o Creci, denunciou Ana Paula por exercício ilegal da profissão. O caso já está no Ministério Público. No Creci também foi aberto um processo contra o marido dela, Rodrigo Soares de Oliveira(o casal na foto abaixo/Facebook). Estas informações foram descobertas pelo Jundiaí Agora – JA na última semana.

 

CRECI

Há cerca de um mês, Ana Paula foi detida pelos investigadores Márcio, Mateus e Luiz, liderados pelo investigador-chefe Lira e pelo delegado Florisval Silva Santos. Ela não foi levada para a delegacia por conta dos oito boletins de ocorrência de estelionato registrados ali desde que colocou a imobiliária Imediatta para funcionar(foto abaixo). O carro que ela dirigia, um Citroen,  foi o motivo para a detenção de Ana Paula. Segundo os policiais, ela comprou o veículo de um dos inquilinos que paga R$1.500 de aluguel. Ana Paula ofereceu uma entrada de R$ 18 mil e o restante quitaria do aluguel. A entrada foi paga. O resto, conforme os investigadores, não. Eles próprios afirmam que a lei, neste caso, beneficia Ana Paula. O caso poderia ser enquadrado como estelionato. Porém, como ela pagou a entrada, o caso deixa de ser criminal e passa para área cível.

Os policiais tiraram uma dúvida de muitas vítimas que seguiam Ana Paula nas redes sociais. Ela tinha publicado pelo menos uma foto onde está ao lado de uma leoa. Para alguma das pessoas lesadas, a falsa corretora teria dito que era veterinária. “Ela dizia isso para parecer mais inteligente”, explicou um investigador.

Os casos registrados no 4º Distrito são muito parecidos com os do 7º. No dia em que foi detida, os policiais questionaram Ana sobre os estelionatos. “Ela contou que tudo começou quando passou a viver dificuldades financeiras. Daí, recebia um aluguel e pagava uma conta. Depois, recebia outro e pagava o primeiro aluguel. E assim foi virando uma bola de neve”, contou um policial civil. O marido, Rodrigo, afirmou que não tinha conhecimento de nada.

CRECI

Creci – Na última quinta-feira, o Creci SP informou ao Jundiaí Agora – JA – que trata Ana Paula como ‘pseudocorretora’. A entidade explicou ainda, através da assessoria de imprensa, que a denúncia feita contra ela já foi julgada em primeira instância pela Comissão de Ética e Fiscalização e encaminhada para o Ministério Público devido à contravenção penal do exercício ilegal de profissão. Ana Paula pode recorrer. O processo disciplinar instaurado contra Rodrigo Soares de Oliveira está em andamento.


 

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O Creci deixou claro que Ana Paula não é corretora e nem estagiária. A entidade emitiu um Auto de Infração que deu início ao processo administrativo. Segundo a nota, o infrator pode ser punido com multa de até cinco anuidades. Caso o Ministério Público julgue o caso procedente, um processo de Contravenção Penal pode ser aberto e Ana Paula condenada a pagamento de cestas básicas, trabalhos comunitários, multa e, na reincidência, prisão. Quanto ao marido, se for condenado, pode ser advertido verbalmente, receber uma censura, ser multado, suspenso de inscrição por até 90 dias ou até tê-la cancelada por definitivo.

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