A ida de Luiz Fernando Machado para o PL aparentemente já foi digerida por eleitores e também por políticos de oposição. Depois de ganhar destaque nacional no PSDB quando coordenou a comunicação de João Doria à presidência, no início do ano passado, Machado deixou o ninho após quase duas décadas. Ele pousou no partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu sempre tive uma linha conservadora, acreditando em aspectos liberais. Não estamos só fazendo uma filiação. Estamos convocando aqueles que compartilham dos mesmos valores para se filiar ao PL e entrar nesta grande corrente que irá contaminar o interior do Estado de São Paulo”, disse Luiz Fernando num vídeo do Partido Liberal. O futuro político dele ainda é uma incógnita. O segundo mandato acabará no dia 1º de janeiro de 2025. O impacto de sua ida para o PL, porém, será colocado à prova nas eleições municipais do próximo ano. José Antônio Parimoschi, gestor de Governo e Finanças da Prefeitura, será o candidato de Machado. Parimoschi também se filiou ao PL. O presidente do partido em Jundiaí, Adilson Rosa, afirmou que um evento oficial ainda deverá ser feito.

Nas redes sociais é possível notar que as opiniões estão divididas. Mas, rede social não é pesquisa. Para a oposição que tenta se mobilizar para lançar candidato único, Machado fez um cálculo político levando em consideração a preferência do eleitorado por Jair Bolsonaro. Em 2018, o ex-presidente teve 62% dos votos no primeiro turno e 78% no segundo. Já nas eleições do ano passado, Jair Bolsonaro teve 55% dos votos no primeiro turno e 64% no segundo. Só que existiria uma variante que não teria sido levada em conta: o eleitor jundiaiense provou nas últimas três décadas viveu um caso de amor com o PSDB, sempre elegendo prefeitos tucanos.
Tanto é verdade que nas eleições de 2018, os candidatos a deputado estadual e federal mais votados em Jundiaí foram do PSDB. Gustavo Martinelli concorreu para a Assembleia Legislativa e teve pouco mais de 33 mil votos(16%). Miguel Haddad recebeu 46.378 votos(22%). Já no ano passado, Faouaz Taha teve 38.476 votos(17%) para a Assembleia. Fred Machado, irmão de Luiz Fernando, teve 43.893 votos(19%). Nenhum deles conseguiu se eleger. Contudo, tiveram votações expressivas. Então, o eleitor jundiaiense estaria disposto de mudar o voto tradicional da centro-esquerda para a direita raiz? Para muita gente, o PSDB em Jundiaí teria uma sobrevida se o ex-prefeito Miguel Haddad resolvesse disputar as eleições do próximo ano. Haddad continua sendo dono de um respeitável patrimônio político. Mas, até o momento ele não dá sinais de que mudará de partido ou que enfrentará as urnas.
Análises – Para o porta-voz da Rede Sustentabilidade, Felipe Pinheiro, “o prefeito fez uma aposta, um cálculo eleitoral, com a ideia de transferência de apoio dos eleitores de Bolsonaro na cidade”. Gerson Sartori, presidente do PDT, lembra que “o candidato da máquina é forte em qualquer partido. Contudo, acredito que estar num partido bolsonarista raiz pode prejudicar o Parimoschi. Principalmente quando unificarmos a oposição, além da melhora da economia”, comentou.
Paulo Tafarello, presidente do PSOL, acredita que a ida de Machado e Parimoschi para o PL “mostra a necessidade de criarmos um contraponto viável e progressista”. Pedro Bigardi, do PCdoB, afirma que mudanças de partido são normais. “O PL é uma importante força da política no âmbito nacional. Numa disputa local, o eleitor leva em consideração muito mais o nome, a relação com a cidade, o projeto. Estes detalhes têm mais influência do que partidos”.
O presidente do PSB, professor Oswaldo José Fernandes, acredita que a filiação do prefeito ao PL “quebra quatro décadas de uma cidade progressista, começando por André Benassi, em 1983, passando por Walmor Barbosa Martins, que não era tucano mas era democrata, até chegar no próprio Luiz Fernando, eleito prefeito duas vezes pelo PSDB”. Quanto a força que o PL pode emprestar para Parimoschi, Oswaldo é pragmático: “o que fortalece uma candidatura é uma campanha bem feita. A gente só sabe quando um candidato é forte mesmo quando a Justiça Eleitoral dá o resultado final das eleições”.(Fotos: redes sociais)
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