O silêncio dos “INOCENTES”

silêncio

Semana passada foi marcada por uma série de depoimentos na Polícia Federal sobre os suspeitos de envolvimento no caso das joias. Os presentes foram para o Governo brasileiro e não ao governante. Apesar de muitos acharem que tais joias devem ser do presidente, porque foram entregues para ele, a legislação diz que todo presente dado ao representante máximo do País, deve pertencer ao País, não a quem o recebe. Se fosse ao contrário, capitães dos times de futebol teriam um quarto cheio de flâmulas, trocadas antes do início dos jogos. Mas estas são do clube que representam. Alguns depoimentos foram marcados pelo silêncio.

A Polícia Federal quis ouvir os suspeitos(e todo mundo é inocente até que se prove o contrário): o tenente-coronel Mauro Cid e o pai dele, general Mauro César Lourena Cid prestaram depoimentos na quinta-feira, dia 31. O primeiro foi ajudante de ordem de Jair Bolsonaro, quando o capitão era presidente da República. O pai é amigo de Bolsonaro do tempo de academia militar. A função de Cid filho mostra exatamente o que ele deveria fazer: ajudante de ordem, ou seja, alguém manda e quem é inteligente obedece, exatamente como disse ao Brasil inteiro, o ex-ministro da Saúde do capitão, o general Eduardo Pazuello, hoje deputado federal.

Mauro Cid, o filho, está preso desde maio, suspeito do envolvimento no caso dos falsos comprovantes de vacina do ex-chefe. Também preso, o hacker, Walter Delgatti Neto, no mesmo esquema estão ainda Alexandre Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e Roberto Jefferson, acusado de ter atirado em policiais, uma semana antes das eleições do ano passado. Com problemas jurídicos e políticos está a deputada Carla Zambelli, por ter atentado contra a vida de uma pessoa, um dia antes das eleições de 2022.

Importante falar destas pessoas, porque todas elas têm envolvimento direto com o ex-presidente. Claro que não se pode dizer que “dize-me com quem andas e te direi quem és”, mas o ex-presidente é suspeito de algumas coisas. Digo algumas coisas, porque a Polícia Federal e o STF estão investigando os fatos: possível envolvimento na falsificação das carteiras de vacinas, possível envolvimento na venda de joias, possível envolvimento em conversas sobre golpe de estado.

Dito isso, vamos ao próximo passado: Frederick Wassef, advogado da família de Jair Bolsonaro confirma que recomprou o relógio que Mauro Cid venceu. A recompra é para devolver ao Governo, o que lhe pertence. Ele não ficou em silêncio. Wassef disse isso em depoimento.

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Dentre todos os que prestaram depoimento, Mauro Cid e seu pai que tem quase o mesmo nome, e ficaram horas na Polícia Federal. Mauro Cid, o filho, já prestou três depoimentos com várias horas de depoimentos. Muito bem: Os advogados de Mauro Cid e de Walter Delgatti Neto, já insinuaram que podem conversar sobre a possibilidade de seus clientes fazerem delação premiada, com o objetivo de se reduzir as penas deles. Delgatti é outro que não ficou em silêncio e já confirmou o que fez e por isso está preso. Cid filho se calou na maioria dos depoimentos, mas soltou a língua nas últimas vezes em que foi convocado a depor.

Assim, vale lembrar que, também no dia 31, o dia dos “depoimentos”, além de Cid filho e Cid pai, foram à Polícia Federal para responderem sobre seus envolvimentos no caso das joias, Jair Bolsonaro e Michelle do mesmo sobrenome. O casal ficou em silêncio. Será que pregam a inocência?(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

NELSON MANZATTO

É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.

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