Padre José Roberto de Araújo, na noite do último dia 25 de setembro, foi levado a Deus, que ele tanto amava. Conheci-o adolescente, em uma sala de aula do Curso de Contabilidade das Escolas Padre Anchieta, jovem ainda e recém-formada. Foi meu aluno de Literatura Brasileira e de Redação Técnica de minha amiga Maria Inês Guarda Tafarello. Sentado em uma carteira ao lado do vitrô, era de olhar atento e, todas as semanas, trazia um poema de sua autoria para minha opinião. Mais tarde, feliz, o reencontrei como Sacerdote. Dentre inúmeras qualidades suas, a do canto. Amava ouvir suas “Cantatas para Maria”. Que devoção mais linda, do filho que assume a Mãe que nos foi dada no Calvário.
Diante da pergunta sobre quem era ele, de minha amiga Cláudia, comentei que era o Padre que, há alguns meses, quando ele passou, ao final da Missa, na Igreja Santo Antônio, abençoando as pessoas com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, ela quis fazer uma selfie de imediato e ele pediu que aguardasse após a bênção final. De imediato, a Cláudia não gostou muito.
Ao identificar, considerou-se rebelde na Missa que ele celebrou e foi rapidamente ao seu velório. É ela de coração bom. Contou-me que segurou nas mãos dele e lhe pediu desculpas, além de se comprometer em não tirar foto alguma no local. Encontrava-se com a camiseta da Magdala pois, segundo ela, “representa seu espiritual em Jundiaí e, com ela, passou por momentos de alegria e dificuldades e tudo foi solucionado em nome Jesus Cristo”.
Ressaltou que o Padre José Roberto lhe deu uma grande lição de como reprimir seus impulsos. Quando pensava em fazer selfies: “Via o rostinho dele com ar de caridoso e contive minha vontade”.
Disse-me que, no local, recordaram de uma frase do Padre José Roberto, sobre vivermos dando graças ao Senhor e prestarmos muito a atenção no hoje. Considera que viveu uma experiência mística no velório e, ainda, aprendeu a viver inteiramente o agora. Que vivência linda!
Conheço a Cláudia há um pouco mais de um ano, sei algumas coisas de sua história, vitórias, das dores que supera e também considero que ela teve uma experiência forte com o que testemunhavam do Padre José Roberto, de sua expressão com sorriso sempre, de sua simplicidade… Refrear-se por um valor maior faz toda a diferença.
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Padre José Roberto, em meio as enfermidades, que não eram de agora, abraçava a Cruz e prosseguia em sua missão de evangelizar com a Palavra e de ser abrigo a quem chegasse próximo a ele.
Escreveu, com a sabedoria de sempre, um dia desses, sobre outro assunto, o Padre Márcio Felipe de Souza Alves, Reitor e Pároco do Santuário Santa Rita de Cássia: na Cruz de Jesus podemos ter as nossas mãos desatadas e, na contemplação do Bom Jesus que sofre por nós, podemos ter as nossas dores aliviadas”. Creio que foi a forma com que viveu, em seus últimos anos, o Padre José Roberto, na cruz, sem se atar ao vitimismo e, por isso, até mesmo em seu velório, impactou com o bem as pessoas.(Foto: TVTEC)
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
É professora e cronista
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