A família de Thalita Pereira de Souza, hoje com 22 anos, nunca mais a viu. Depois que a menina foi tirada da Casa Transitória, no Anhangabaú, em 1996, e adotada provavelmente por um casal de italianos, os parentes passaram a conviver com a saudade. Mas a internet se popularizou e o Facebook surgiu aproximando pessoas que não se viam há anos ou até mesmo décadas. Um familiar de Thalita pensou que usando a rede social poderia encontrá-la. Em poucos dias, essa pessoa sairia do estado de dor pela perda à alegria de proporcionar um reencontro.
“Imaginei que se ela (Thalita) sabendo que é adotada e sendo jovem, estaria no Facebook e acabaria vendo a página que criei”, contou o parente que prefere não se identificar. A página – que se chamava ‘Mães de Jundiaí Procuram Filhos – ficou aproximadamente um ano no ar. Recebeu cerca de 100 curtidas. Thalita nunca enviou uma mensagem. Mas, o objetivo principal foi atingido quando Lucas Olímpio Pereira (foto abaixo) enviou uma mensagem ao parente da garotinha e pediu ajuda. Lucas é jundiaiense, também foi tirado da família pela Justiça e adotado por italianos.
A partir daí, começou a busca pelos familiares de Lucas. Uma mensagem foi postada no Facebook do Parque da Cidade de Jundiaí e um conhecido dos parentes do rapaz achou os dados divulgados curiosos. Através de um contato telefônico, as dúvidas acabaram de vez. As informações batiam. O Facebook tinha localizado alguém do círculo de amizade do irmão de Lucas.
Aqui em Jundiaí, o parente de Thalita passou a tentar conversar com o rapaz também através do Facebook. Ele tinha dois perfis. O primeiro, com o sobrenome Olímpio, estava inativo. Do outro lado do oceano Atlântico, Lucas passou a investigar também e encontrou um outro rapaz com o nome do irmão. Este usava o sobrenome Olipere. Os dois passaram a conversar. Um em português e o outro em italiano. Novamente a tecnologia entrou em cena: o diálogo ocorria através do Google Tradutor. Algumas palavras bastaram para que os dois confirmarem o parentesco.
Cerca de três meses, Lucas veio para Jundiaí conhecer a família. O encontro aconteceu no Circolo Italiano, cujos professores ajudaram na comunicação. Na verdade, nem seria preciso. Lucas já falava bem o português. Aprendeu através da internet. Lucas voltou para a Itália e hoje mora em Portugal. Ele perdeu o contato com o parente de Thalita que o ajudou a encontrar a sua família. A página do Facebook que proporcionou tudo isto saiu do ar algum tempo depois. (foto acima: www.minhasaga.org)
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