Causou estranheza a lista de autoridades que seriam presas no frustrado golpe que Bolsonaro, militares e um grande grupo de políticos, preparavam para continuar no poder, após a derrota nas eleições de 2022. E o número 22, no ano eleitoral, tem tudo a ver com o partido de Bolsonaro, o PL, cujo presidente foi preso na ação do dia 8 de fevereiro último. Costa Neto, o presidente, possuía uma arma ilegal e tinha uma pepita de ouro, vinda do garimpo ilegal. Mas falava das prisões de autoridades que compunham a minuta do golpe de Jair. A proposta passava pela prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. O nome de Arthur Lira não fazia parte da lista, por isso a estranheza.
Vale lembrar que, em 2021, quando da eleição das mesas de Câmara e Senado, Jair Bolsonaro, então presidente, jogou pesado para eleger Lira e Pacheco e conseguiu, saindo assim de circulação, Rodrigo Maia, presidente da Câmara, mostrava força nas ações legislativas diante do Executivo. Maia sumiu, a mídia não falou mais dele e o tempo passou!
Em 2023, Lula, recém-empossado, preferiu não interferir nas eleições da mesa e a dupla que teve apoio de Bolsonaro, voltou a vencer, principalmente porque o PL tinha uma grande quantidade de deputados e os demais partidos que apoiavam o então presidente faziam a maioria tanto na Câmara como no Senado.
Rodrigo Pacheco se mostrou mais político durante seu período de mandato e, imagino, deve ter frustrado a ala direita do Congresso. Já Lira, o Arthur, manteve o comando do Centrão, se uniu a Jair em muitas decisões, enquanto Pacheco se manteve mais distante de acordos políticos!
Não há como dizer que houve vingança por parte dos elementos que organizaram a tentativa de golpe contra Pacheco, mas a ausência de Lira na lista dos que seriam presos, pode-se imagina que esta poderia ter sido a linha de ação.
Lira, o Arthur, tem se mostrado um homem de força, que coloca em votação projetos de interesse do grupo que comanda e buscado, junto ao Governo, colocar nomes em cargos de primeiro e segundo escalão. Mas, ao que parece, Lula não tem seguido totalmente este interesse de Lira, tanto que recentemente esteve em Minas Gerais, acompanhado de Rodrigo Pacheco, e o Arthur, que ficou fora da lista dos presos, não participou do ato político envolvendo Zema, o governador de Minas, Lula, o presidente da República e Pacheco, o presidente do Congresso.
Lula sabe que este é o último ano de mandato de Pacheco e Lira e, por ser ano eleitoral, o Congresso tem esvaziamento porque muitos deputados buscam prefeituras em seus redutos eleitorais. Assim, a pauta no Congresso deve ser fraca depois do recesso de julho.
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Enfim, assim do Rodrigo Maia, que deixou a presidência da Câmara e sumiu da mídia, Lira, o Arthur, deve ter destino parecido em 2025, exatamente quando os partidos começam a se articular para as eleições presidenciais e de governadores. E Lira busca algo muito mais do que deputado. Já Rodrigo Maia abandonou a política!(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

NELSON MANZATTO
É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.
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