DISCERNIMENTO

DISCERNIMENTO

No dia 18 de setembro, nosso Bispo Emérito Dom Vicente Costa, falou, através das redes sociais da Mitra Diocesana, sobre o Livro do Profeta Ezequiel. Uma explanação fantástica, iniciando pelo contexto geográfico e histórico. Deus chama, em 593 aC, Ezequiel para anunciá-Lo no exílio, onde havia muita angústia e desespero. O povo eleito foi-se deixando corromper e foi adotando ritos de idolatria e os costumes depravados dos vencedores. A iniciativa do chamado é de Deus. Somos de cabeça dura, enquanto trocamos Deus por ídolos, o Senhor Se machuca com a infidelidade, mas aguarda sempre a conversão. Ezequiel se torna sinal do Senhor no meio do povo e expressa o ensinamento da responsabilidade individual e discernimento. A culpabilidade é da pessoa. Se eu pequei, a responsabilidade é minha.

A mão do Senhor levou Ezequiel (37) em espírito e o deixou no meio de uma planície repleta de ossos. Fez com que ele circulasse no meio dos ossos em todas as direções. O profeta viu que havia muitíssimos ossos sobre a planície e estavam bem ressequidos. O Senhor infundiu-lhe um espírito para que revivessem. Ezequiel profetizou, os ossos começaram a se juntar e aconteceu nova vida.

Quando os ossos estão secos é porque acabou a esperança. Enfrentamos muitos problemas. Tanta gente sem sonhos, sem lar, nas ruas…Sem futuro.

Ouço Dom Vicente e penso no menino, no início da adolescência, que perdeu o encantamento. Pequeno ainda, um carrinho de plástico o fazia sorrir, mas, logo depois, começou a perceber a sua realidade. Excluiu a fantasia dos livros de contos infantis. A doença autoimune que lhe trouxe dores cruéis. O corpo inchado. O bullying na escola pelas dificuldades na aprendizagem e o bullying dele com ele mesmo, por se sentir inferior. A mãe, de contato raro nos seus primeiros anos, de volta em outros e de reviravolta. O pai, um grande ponto de interrogação. Os demais familiares, na atualidade, temem pelo futuro dele já que o grupo, ao qual se integrou, é de ossos secos. A escola se inquieta em seus surtos. Os medicamentos se esvaem na hora do desespero. Que tristeza, meu Deus! As músicas que escolhe falam de ferocidade. Sobrevive como proscrito.

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Todos nós somos chamados a ser esperançados, ressaltou Dom Vicente, e a construir uma sociedade mais fraterna. Guardar a esperança no coração e vivê-la. Profeta é aquele, afirmou, que tem discernimento sobre a presença de Deus na história, diante da cultura da indiferença, possui a coragem de denunciar o que não é da vontade de Deus e anuncia e se faz salvação aos deportados de sua dignidade.(Foto: Hebert Santos/Pexels)

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

É professora e cronista

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