Hoje vou falar sobre os ecos das consciências que ainda insistem em não reconhecerem raízes ancestrais. Tudo que é claro e parece já constituído, é motivo de discórdia, desinteresse e desestímulo. Negam o óbvio e o que já está praticamente estabelecido, em contrapartida infundadas e naturalmente sem nenhum motivo aparente e muito menos sem importância que merecesse ser registrado.
As aparências enganam mais que as evidências. Sempre chegam bem mais próximas do esclarecimento que confirmam ou desmentem um testemunho duvidoso.
Grande sabedoria dos antigos gregos: o tempo estará sempre ao nosso favor. Ver mais longe é um dom, disse Sócrates depois de passar um tempo em Kemet, na África, centro de altos estudos desenvolvidos pela Terra Negra. A sabedoria africana é o berço da cultura universal.
O olhar é a expressão da realidade. Mas insistem em dizer que o mundo terá um rumo certo no dia em que não existirem consciências brancas, negras, índias, judias, árabes, americanas, europeias. Somente a consciência humana, que hoje é ímpar: só um Deus; só um papa que o representa; só um estadista que governa o país rico do mundo e manda em todos os outros. É a consciência desumana e manipuladora. Talvez se a verdade consciência humana fosse aceita em seus princípios, haveria respeito pela individualidade. Ninguém reivindicaria para si o domínio das massas.
Por isso temos que enxergar a vida com todo poder. Um dia Lelia Gonçalez disse: “chega de lágrimas. Vamos arregaçar as mangas e irmos à luta”. E é isso que temos feito. Estamos amadurecendo as ideias, procurando significados para justificarmos depois de tanto tempo o direito de assumirmos nosso lugar, o pretagonismo que democraticamente nos pertence desde o berço da Humanidade.
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Não fosse assim, não existiriam tantos interessados nas nossas riquezas e em camuflar nossas raízes, corromper nossas falas, clarear nossa pele, confundir nossa identidade, transformar-nos em fantasmas dos medos que eles próprios criaram. E que os aterrorizam diariamente nas histórias mal contadas, que sua ignorância secular insiste em manter como válida.
Nós continuamos com os nossos claros objetivos, a nobreza na ancestralidade e a pureza que transcende da nossa alma.(Foto: Shan Patel/Pexels)
LUIZ ALBERTO CARLOS
Natural de Jundiaí, é poeta e escritor. Contribui literariamente aos jornais e revistas locais. Possui livros publicados e é participante habitual das antologias poéticas da cidade.
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