AMIGOS de uma vida

vida

Começo de namoro. Pergunto a Cláudia onde vamos. Ela responde: “Vamos à casa de minha prima”. No trajeto, ela foi falando da parente e do marido dela. Ambos tinham grande importância na vida e coração da minha futura esposa. Chegamos na casa de Zezo e Solange. O casal nos acolheu prontamente. Aconteceu a magia. Quase que imediatamente uma considerável porcentagem do imenso carinho que tinham por Claudia se transferiu para mim.

Fui ao banheiro. Ao voltar bati num móvel. Eles se assustaram um pouco. Eu disse que as vezes isto ocorria, apesar dos cuidados. Também falei que esbarro em mesas e armários. E acrescentei:

-Isso ocorre com uma frequência maior quando estou à vontade. Gasto menos energia prestando atenção.

Solange e Zezo aceitaram isso prontamente. Algumas horas depois, quando a noite terminou parecia que éramos amigos há muitos anos, amigos de uma vida inteira. Visitá-los tornou-se um de nossos programas frequentes. A gente se sentava na mesa da cozinha, onde a alma da casa costuma estar. Comidas deliciosas feita por Solange, bebidas servidas por Zezo e boa conversa. Paraíso. Anos depois tornaram-se nossos padrinhos de casamento.

Bruno, o filho do casal, tinha cerca de 12 anos. Ficava quieto na mesa ouvindo a conversa. Não saia dali até o fim da noite. Prestava muita atenção. Numa daquelas noites ocorreu algo inesquecível. Chegamos e encontramos Bruno machucado. Não sei se foi jogando bola, bicicleta ou em qualquer outra brincadeira. Zezo tinha noções de enfermagem e fazia curativo no quarto. Solange conversava com a gente na cozinha. Subitamente, ela se levantou e correu para o quarto. Fez isso no exato momento que Bruno havia desmaiado. Como ela soube? Não soube. Sentiu. É a ligação mãe e filho. Eu e Claudia tivemos o privilégio de testemunhar essa cena, na qual o coração agiu e a lógica nada tem a dizer.(Foto: Mart Production/Pexels)

JOSÉ AUGUSTO DE OLIVEIRA

Formado em Psicologia na Universidade São Francisco (USF) e Psicanálise pelo IPCAMP(Instituto de Psicanálise de Campinas). Atua no AMI (Ambulatório de Moléstias Infecciosas da Prefeitura de Jundiaí) e em consultório particular. É deficiente visual. WhattsApp: (11) 982190402.

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