O vereador Henrique Parra Parra Filho(PSOL) protocolou o projeto 14807/2025, que cria a Campanha Municipal da Empregabilidade e Capacitação de Travestis, Pessoas Transgêneras e Não Binárias, assim como criação do Selo Empregabilidade Trans. A proposta – que não deverá ter vida fácil na Câmara Municipal de Jundiaí devido aos vereadores da ala conservadora – será votada somente no segundo semestre.
De acordo com o texto, a campanha tem como objetivos: promover feiras de divulgação de vagas de emprego da cidade, abertas a toda a população, com incentivo à inclusão de travestis, pessoas transgêneras e não binárias; fomentar cursos de formação e capacitação em parceria com instituições públicas e privadas; realizar encontros formativos com empresários, profissionais de RH e gestores locais, com foco na diversidade de gênero no ambiente de trabalho; oferecer postos de confecção de currículos e cadastramento em sites de emprego; estimular a criação de bancos de currículos e plataformas inclusivas voltadas à população trans e travesti; promover feiras de empreendedorismo e divulgação de trabalhos realizados por travestis, pessoas transgêneras e não binárias.
O projeto prevê ainda que poderão ser realizadas outras ações como palestras, debates, seminários, painéis, fóruns, workshops, oficinas e apresentações presenciais ou digitais, que poderão ser implementadas por meio de parcerias com órgãos da administração municipal, entidades da sociedade civil, instituições de ensino, organizações não governamentais, coletivos LGBTQIAP+ e empresas privadas.
Se o projeto for aprovado também será criado o Selo “Empregabilidade Trans”, para reconhecer publicamente empresas, instituições e organizações que promovam a inclusão de travestis, pessoas transgêneras e não binárias em seus quadros. O selo será concedido anualmente, mediante critérios estabelecidos em regulamento a ser expedido pela Prefeitura e poderá ser utilizado em materiais institucionais das empresas e servirá como critério adicional em campanhas de fomento à empregabilidade.
Na justificativa, o parlamentar cita dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) que revelam uma realidade alarmante: mais de 90% das pessoas trans no Brasil estão excluídas do mercado de trabalho formal e sobrevivem por meio da informalidade e da prostituição — muitas vezes por ausência de alternativas geradas pela exclusão escolar, familiar e institucional.
“A proposta da Campanha Municipal da Empregabilidade e Capacitação de Travestis, Pessoas Transgêneras e Não Binárias visa justamente romper esse ciclo de exclusão, criando espaço institucional permanente de visibilidade, formação e inclusão social, reunindo a iniciativa pública e privada, movimentos sociais e setores comprometidos com a equidade. Ao mesmo tempo, o Selo “Empregabilidade Trans” busca reconhecer e incentivar empresas e instituições que assumem o compromisso com práticas de inclusão no ambiente de trabalho. A iniciativa pretende fortalecer políticas afirmativas, gerando impacto concreto na qualidade de vida dessa população, além de dar visibilidade e credibilidade às empresas que se posicionam pelo respeito à diversidade”, afirma Henrique.(Foto: Gemini)
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