No ano passado, Juliana Giacobelli, 36 anos, foi a vencedora do 1º Prêmio Amazon de Literatura Jovem com o livro ‘Coronel Mostarda com o Castiçal na Biblioteca’. A obra foi lançada na Bienal do Livro de São Paulo. Outro livro, ‘Agora Desencanta’, já tem um milhão de páginas lidas. Juliana mora em Jundiaí desde o cinco anos. Formada em Biologia e Editoração, com pós em tradução de Inglês, ela já publicou cinco obras. A sexta está a caminho. O Jundiaí Agora entrevistou a escritora:
Quando surgiu o interesse pela literatura?
Acho que tenho interesse desde sempre. Eu escrevia histórias antes mesmo de saber escrever, rabiscando em folhas de papel e dando para minha avó ler depois. Não consigo lembrar de algum momento da minha vida em que a leitura e a escrita não estivessem presentes.
Na escola era daquelas alunas que só tiravam nota 10 nas redações?
Ai, era um pouco (risos). Era uma das minhas matérias preferidas…
Quantos livros já escreveu até o momento, Juliana?
Romances, tenho cinco publicados. Já estou trabalhando no sexto. O primeiro que publiquei na Amazon, em 2021, foi ‘1997’. Em seguida vieram ‘Para Aqueles que Vivem’, ‘Um Farol no Fim do Mundo’, ‘Coronel Mostarda com o Castiçal na Biblioteca’ e ‘Agora Desencanta’. Fora eles, também tenho três contos publicados, também na Amazon: ‘Bilhetinho’, ‘Operação Mocha Frappuccino’ e ‘Acidentalmente Amor’, que é um conto de ‘Agora Desencanta’.

Todos virtuais ou também em papel?
Em formato físico tenho ‘Coronel Mostarda’ e ‘Para Aqueles que Vivem’. Os outros, por enquanto, são só e-books.
Quais os temas que você prefere?
Acho que os temas que sempre me pegam são família, autodescoberta e aceitação de si mesmo. Por mais que as histórias mudem, tenho a impressão de que sempre dou um jeito de falar de uma dessas coisas nos meus livros.
Pretende continuar escrevendo ou é só uma fase, Juliana?
Pretendo continuar escrevendo, com certeza. Sempre escrevi e, por quanto tempo eu puder, quero continuar colocando palavras no papel. Acho que não sei existir de outro jeito.
Para citar só um escritor, Carlos Drummond de Andrade também foi funcionário público. Isto mudou? Hoje, escritores conseguem viver das obras que publicam ou continua a mesma coisa?
Eu sou um pouco mais otimista em relação à escrita no Brasil hoje. Com plataformas como o KDP da Amazon, onde é possível publicar livros digitais de forma independente sem custo, viver de literatura se tornou uma realidade alcançável. Não é fácil, claro, mas já é a realidade de muitos escritores. Dá pra ganhar dinheiro sim com literatura no Brasil.
No ano passado, você ganhou o 1º Prêmio Amazon de Literatura Jovem. Já tinha recebido outros prêmios antes?
Nunca, essa foi a primeira vez…
Você concorreu ao prêmio Amazon com ‘Coronel Mostarda’. Qual a temática desta obra?
‘Coronel Mostarda’ conta uma história de amor e de autodescoberta por meio de uma partida de Detetive, aquele jogo de tabuleiro. Durante uma partida caótica, Vicente, o personagem principal, tem que encarar Davi, o amigo por quem sempre foi apaixonado a vida inteira, e a possibilidade de que aquela partida, na casa dos tios de Davi, pode ser a última chance que ele tem de dizer alguma coisa. A história é narrada no presente durante a partida, e cada cômodo do tabuleiro nos leva para um lembrança dos meninos, trazendo-o desde os oito anos, até o dia presente.
Este prêmio abriu portas?
Com certeza. Além da publicação pela editora Pitaya, também consegui agenciamento literário e contratos para mais livros. Se Deus quiser, o prêmio foi só o começo.
O que fez com os R$ 35 mil que ganhou?
Mobiliei meu apartamento! O prêmio veio na hora certa(risos).

‘Agora Desencanta’ veio depois de ‘Coronel Mostarda’?
Isso. ‘Coronel Mostarda’ foi escrito entre maio e junho de 2023, enquanto ‘Agora Desencanta’ foi em novembro do mesmo ano.
‘Agora Desencanta’ já tem um milhão de páginas lidas. Como explica isto?
Para falar a verdade, não sei, só sei que sou muito grata por elas e por todo o carinho dos leitores. ‘Agora Desencanta’ é o queridinho dos meus livros. Acho que grande parte disso se deve a um dos personagens, o Taz, que tem praticamente um fã-clube. Ele é um fofo mesmo e merece.
Como foi a experiência na Bienal?
Incrível. Ano passado foi a primeira vez que fui como escritora e foi uma experiência inesquecível. É muito gostoso poder conhecer os leitores de perto e conversar com eles, poder dar um abraço em quem, muitas vezes, a gente só conhece por um avatar.
Já está trabalhando no próximo livro? Pode dar uma palinha do que vem por aí?
Sim, sim! Ele deve sair ainda esse ano pela editora Pitaya e é uma comédia romântica LGBT com praia, família caótica, um romance muito fofo e final feliz de deixar o coração quentinho. O título ainda é segredo, mas logo logo a editora deve liberar mais detalhes.
Está tendo o devido reconhecimento em Jundiaí? Está sendo chamada para palestras em escolas, por exemplo?
Acho que é difícil medir reconhecimento, então não sei se consigo responder. Em Jundiaí ainda não dei nenhuma palestra, mas já visitei uma escola em Itatiba e foi muito legal. É o tipo de coisa que adoraria fazer com mais frequência no futuro.
Não acha estranho estar fazendo sucesso, ganhando prêmio e não ser ‘vista’ pela cidade onde mora?
Acho que nunca pensei muito sobre isso, para falar a verdade. Eu sou uma pessoa tímida, então fujo o máximo possível dos “holofotes”, por assim dizer. Mas acho que escritores – artistas em geral – deveriam ser mais valorizados, não só na nossa cidade, mas no Brasil como um todo.
As pessoas interessadas em ler seus livros, como devem fazer?
É só me seguir no Instagram pra ficar por dentro das novidades (@jgiacobneliescreve) ou procurar por “Juliana Giacobelli” na Amazon, que todos os meus livros estão disponíveis lá!
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