IA transforma negócios, mercado de trabalho e educação

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A presença da inteligência artificial, a famosa IA nas escolas deixou de ser apenas tendência e já movimenta, em 2025, um mercado global estimado em mais de US$ 50 bilhões, segundo projeções recentes. Esse crescimento representa não apenas a expansão de um setor de tecnologia dedicado à educação, mas também uma profunda reestruturação de todo o ecossistema de negócios, empregos e modelos pedagógicos brasileiros.

No Brasil, as mudanças promovidas pelo Ministério da Educação (MEC) vão ao encontro desse movimento de inovação. Diretrizes revisadas, impulsionadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a adoção da abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e a incorporação do referencial TPACK (Conhecimento Tecnológico, Pedagógico e de Conteúdo), refletem a urgência de adaptar currículos e preparar professores para uma realidade onde IA deixa de ser apenas coadjuvante e para a ferramenta essencial.

A personalização do ensino é um dos grandes trunfos dessa revolução com as plataformas movidas a IA monitorando o desempenho em tempo real, sugerindo trilhas individualizadas e apoiando estudantes com dificuldades, promovendo inclusão e eficácia. Para professores, a automação de tarefas repetitivas, como correção de provas e elaboração de exercícios, libera tempo para planejamento estratégico, tutoria e inovação em sala de aula.

O impacto econômico é expressivo. O setor de edtech representado pelas startups e grandes empresas voltadas para a educação digital, tem captado investimentos recordes, com previsão de crescimento anual acima de 40% até 2030. Isso impulsiona a criação de novos investimentos: engenheiros de prompts, especialistas em ética de IA, designers de experiências, cientistas de dados pedagógicos e facilitadores tecnológicos são profissões em ascensão, muitas das quais inexistiam há poucos anos.

A adequação do sistema educacional, por sua vez, exige esforços coordenados e soluções concretas para superar os desafios da implementação da IA nas escolas brasileiras. Entre as principais sugestões para resolver essa complexidade específica, destacamos:

  • Cursos híbridos de formação continuada para professores, que sejam acessíveis e contextualizados com experiências reais de sala de aula, promovendo o desenvolvimento de competências digitais e éticas no uso da IA.
  • Atualização dos currículos de licenciatura, com inclusão obrigatória de módulos sobre inteligência artificial, STEAM e referencial TPACK, que estimulam o trabalho interdisciplinar, a criatividade e a reflexão crítica.
  • Produção e divulgação de materiais didáticos e planos de aula modelares, alinhados à BNCC, que demonstram aplicações práticas e éticas da IA em diferentes disciplinas, facilitando a integração pedagógica.
  • Incentivo à criação e fortalecimento de comunidades de prática docente, espaços colaborativos para troca de experiências, cocriação de estratégias pedagógicas inovadoras e análise crítica das ferramentas de IA.
  • Desenvolvimento de indicadores de avaliação ampliados, que levem em conta habilidades técnicas, éticas, colaborativas e criativas, alinhadas às competências gerais previstas pela BNCC.

Entretanto, o avanço da IA na educação exige atenção rigorosa a questões éticas e pedagógicas. Evitar a chamada “preguiça intelectual”, promover o uso crítico e responsável das ferramentas e proteger dados sensíveis dos estudantes são desafios centrais. A escola do futuro deve se posicionar como ambiente de criação, análise crítica e colaboração, não apenas automação e escala.

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E SE NEM CRAQUE DE FUTEBOL SOBREVIVER A IA

Diante desse cenário, o Brasil vive uma oportunidade histórica de unir inovação, inclusão e qualidade, estabelecendo uma ponte fundamental entre tecnologia de ponta e valores educacionais. O futuro chegou. Resta ao país investir em políticas integradas, formação docente robusta e regulação ética para garantir que a inteligência artificial seja uma ferramenta de emancipação e desenvolvimento social à altura dos desafios do século XXI.(Foto: Gemini)

ARTUR MARQUES JR

É cientista de dados e especialista em IA aplicada, com sólida atuação em educação digital e inovação. Coordena a pós-graduação digital na Cruzeiro do Sul Educacional e é PhD em Ensino de Matemática, Mestre em Física Computacional e Astrofísica. Atua como palestrante, mentor, cofundador do Grape Valley, é VP Fiscal do Hosp. GRENDACC e já foi VP da DAMA Brasil.

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