SAÚDE MENTAL no trabalho: A conta chegou e é alta

SAÚDE

A notícia da condenação de R$ 5 milhões imposta a uma das maiores redes de atacado do país por adoecimento mental de seus trabalhadores, envolvendo assédio moral, sexual e materno, não deveria ser vista como um fato isolado, mas como um sintoma alarmante de um problema crônico e sistêmico nas organizações. Este caso emblemático, que expõe uma cultura organizacional tóxica, é a ponta de um iceberg que afeta silenciosamente a saúde de milhares de profissionais e, consequentemente, a saúde financeira das próprias empresas.

Os números são um soco no estômago e não nos deixam mentir. A Justiça do Trabalho, entre 2020 e 2023, julgou mais de 419 mil ações envolvendo assédio moral e sexual. Este volume de processos revela um cenário onde práticas abusivas, que podem causar danos psicológicos, físicos e financeiros, ainda são uma realidade devastadora. Globalmente, o prejuízo é estimado em quase 1 trilhão de dólares anuais em perda de produtividade devido a transtornos como depressão e ansiedade.

No Brasil, a situação é particularmente grave. Somos o segundo país do mundo com mais casos da Síndrome de Burnout, com cerca de 30% dos trabalhadores afetados pelo esgotamento físico e mental provocado pelo excesso de trabalho. Os afastamentos do trabalho por transtornos mentais dispararam, registrando um aumento de 68% em apenas um ano. Em 2024, a impressionante média é de um trabalhador afastado por minuto devido a problemas de saúde mental no país.

Essa realidade impacta diretamente os resultados das empresas. A diminuição da produtividade é uma consequência direta, com estudos apontando que quase metade dos profissionais admitem ter tido seu rendimento afetado por questões emocionais. Além disso, os custos com a substituição de funcionários, treinamentos e gastos com planos de saúde aumentam consideravelmente. Não se trata de uma questão “soft” de recursos humanos, mas de um indicador crítico para a sustentabilidade de qualquer negócio.

Ambientes de trabalho tóxicos, marcados por assédio, pressão excessiva e falta de apoio, são o terreno fértil para o adoecimento. A boa notícia é que o inverso também é verdadeiro. Organizações que investem em um ambiente psicologicamente seguro e promovem o bem-estar colhem frutos valiosos. Funcionários se sentem mais seguros para compartilhar seus problemas, o que leva a menores níveis de ansiedade, absenteísmo e queda de desempenho.

Às portas do Setembro Amarelo, a conversa sobre saúde mental ganha os holofotes, mas essa não deve ser uma pauta sazonal, são ações realizadas diariamente para deixar de ser tabu e estigma para virar cultura. Precisamos romper o silêncio que ainda cerca o burnout, a ansiedade e a depressão no ambiente de trabalho; dar nomes ao que adoece e, principalmente, construir pontes para a cura e para resultados sustentáveis.

Nesse contexto, uma palestra de conscientização é a faísca inicial. É o momento de reunir a todos e dizer em voz alta: “Nós nos importamos e este é um espaço seguro para falar sobre isso”. Mas a verdadeira transformação acontece no dia seguinte. Uma palestra impactante não é o ponto de chegada, mas sim o impulso estratégico para ações contínuas e profundas.

LEIA OUTROS ARTIGOS DE DANY MORAES

Ela é o ponto de partida para implementar rodas de conversas que acolhem, para desenvolver treinamentos que capacitam uma liderança mais consciente e empática, e para criar workshops e programas de bem-estar que ofereçam ferramentas práticas para o dia a dia. E que fique claro: esta é uma jornada que deve ser trilhada por convicção estratégica, e não apenas por conformidade com qualquer nova lei ou norma. Trata-se de construir uma cultura de segurança psicológica porque acreditamos nela como um pilar do negócio, não porque uma regra exige.

Se a sua empresa deseja ir além do discurso e transformar o Setembro Amarelo em um legado de cuidado e performance, conte comigo. Vamos juntos desenhar uma estratégia que comece com a inspiração de uma palestra e evolua para uma cultura onde felicidade corporativa e produtividade sustentável caminham lado a lado. O convite é para criarmos um impacto real, que reverbera nos indicadores da empresa e, principalmente, na vida das pessoas.

DANY MORAES

Consultora de Projetos de Recursos Humanos e Educação Corporativa. Atua na área de Gente & Gestão há 20 anos, com especializações em Felicidade e Qualidade de Vida no Trabalho, Inteligência Emocional e Líder Coach. Contatos: E-mail: dany.moraes@gmail.com. Instagram: @soudanymoraes. LinkedIn: daniela-moraes-marques.WhatsApp: 11 982659384Acesse também: @sejaexpandente 

Gente e Gestão é uma expressão que se refere ao conjunto de práticas, políticas e processos relacionados à gestão de pessoas dentro de uma organização, engloba todas as atividades e estratégias voltadas para o desenvolvimento, motivação, engajamento e bem-estar dos colaboradores de uma empresa. Isso inclui recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento de carreira, avaliação de desempenho, remuneração, benefícios, comunicação interna, cultura organizacional, entre outros aspectos que impactam diretamente o capital humano e o ambiente de trabalho.

LEIA OUTROS ARTIGOS DE DANY MORAES

A expressão Gente e Gestão enfatiza a importância das pessoas como um dos principais ativos de uma organização e reconhece que uma gestão eficaz dos recursos humanos é fundamental para o sucesso e sustentabilidade do negócio. E também ressalta a necessidade de uma abordagem humanizada e centrada nas pessoas na condução das atividades relacionadas à gestão de talentos dentro da empresa e a produtividade sustentável.(Foto: Gemini)          

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES