No artigo anterior, falamos sobre a voz da essência: esse sussurro interior que nos reconecta ao que realmente somos. Hoje, quero dar um passo além e refletir sobre outra forma de escuta: aquela que acontece através do corpo. Porque, antes de qualquer palavra ou pensamento, é o corpo quem nos mostra, de forma clara e direta, como estamos vivendo.
A verdade é que o corpo nunca mente. Ele guarda as marcas do que sentimos, traduz em sintomas aquilo que não conseguimos expressar e nos avisa, de maneira insistente, quando algo dentro de nós precisa de atenção. Quantas vezes você já sentiu o estômago embrulhar antes de uma decisão difícil? Ou percebeu uma tensão nos ombros que parece não ter explicação? Esses sinais não são aleatórios. São mensagens da essência, tentando nos guiar de volta ao equilíbrio.
As emoções que evitamos encarar acabam encontrando morada no corpo. A ansiedade acelera o coração e contrai a respiração. A raiva contida pode gerar dores musculares ou até inflamações. A tristeza prolongada muitas vezes pesa nas costas ou nos deixa sem energia. Cada sintoma traz em si um recado: algo dentro de nós pede para ser olhado com mais cuidado. Perceber essa relação não significa abandonar a medicina ou os cuidados físicos, mas, sim, ampliar a visão. Não é só o corpo que adoece — é o ser inteiro. Se cuidamos apenas dos sintomas e não das causas emocionais e existenciais, o corpo continuará repetindo seus sinais, até que finalmente aceitemos a escuta.
Existem momentos em que o corpo sussurra, e momentos em que ele grita. Um resfriado que se repete pode ser apenas um pedido por descanso. Mas uma fadiga persistente, insônia ou dores recorrentes podem indicar que estamos vivendo muito distantes daquilo que nossa essência deseja. É como se o corpo dissesse: “Você não pode mais continuar desse jeito. Precisa mudar a forma como está vivendo”. É nesse ponto que muitas pessoas começam processos de transformação. Porque a dor física é, muitas vezes, o último recurso da essência para nos chamar de volta a nós mesmos.
Escutar o corpo exige presença. E presença é algo que se cultiva no cotidiano. Não se trata de técnicas complexas, mas de um olhar atento. Quando você sentir sua respiração encurtar, pergunte-se: o que me deixou tensa agora? Se notar que o coração disparou, questione: em qual situação não estou me sentindo segura ou coerente comigo mesma? O corpo nos oferece pistas constantes, basta parar de ignorá-las.
VEJA OUTROS ARTIGOS DE ROBERTA TEIXEIRA PERES CLICANDO AQUI
Existem atitudes simples que podem fortalecer essa escuta: pausas conscientes, escrita corporal, movimento, contato com a natureza, respiração profunda… O corpo é como uma bússola da essência, quando aprendemos a ouvir o corpo, deixamos de enxergá-lo como inimigo e passamos a vê-lo como aliado. Em vez de lutar contra os sintomas, passamos a decifrar o que eles querem nos dizer. E, ao responder a essas mensagens, nos aproximamos cada vez mais da nossa essência.
Da próxima vez que sentir uma dor ou um desconforto, experimente mudar a pergunta. Em vez de “como elimino isso?”, pergunte: “O que minha essência está tentando me mostrar através desse sinal?”. Essa simples mudança de olhar pode transformar o corpo em uma bússola que aponta, com clareza, o caminho da vida autêntica.(Foto: Yogendra Singh/Pexels)

ROBERTA TEIXEIRA PERES
Gestora, terapeuta holística, especialista em desenvolvimento humano, Eneagrama. pós-graduada em neuromarketing e PNL Aplicada em gestão de pessoas.
VEJA TAMBÉM
PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES